Fórum rejeita reajuste de 21,3%

    O Fórum dos Servidores Públicos Federais, em reunião ampliada no último domingo, em Brasília, rejeitou por unanimidade a proposta salarial de 21,3%, em quatro anos, apresentada na quinta-feira pelo governo. Líderes sindicais de 31 entidades correm contra o tempo para submeter a recomendação às bases e definir novas atividades conjuntas para a campanha salarial de 2015, até 7 de julho, quando voltam a se encontrar com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. “A proposta é inaceitável”, assinalou Rogério Antonio Expedito, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), que representa 80% do funcionalismo. 

    Nem a reivindicação de 27,3%, percentual linear estimado em março pelo Fórum, atualmente seria suficiente. Diante da alta do custo de vida, o mínimo aceitável segundo lideranças sindicais seria 33%. “O governo fala meia-verdade quando diz que todas as carreiras tiveram reajuste acima da inflação”, reclamou. Em 2008, o ex-presidente Lula concedeu índices que compensaram a política restritiva do antecessor, Fernando Henrique Cardoso. “Mas o pessoal do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (PGPE) continuou prejudicado pela criação da gratificação por produtividade de FHC”, destacou o diretor da Condsef. Ele também criticou a política salarial do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff. “Ela não tapou o buraco com aqueles 15,8%, em três anos”, disse. 

    O Fórum decidiu, também, apoiar as greves dos servidores da Educação e da Justiça; articular protestos conjuntos no dia 7 de julho; organizar a marcha dos servidores públicos federais em Brasília, na segunda quinzena do mês que vem; cobrar apoio das centrais sindicais e de parlamentares; criar um comando nacional de mobilização e de greve; e reunir as assessorias jurídicas das entidades para preparar estratégias contra as medidas que o governo poderá tomar contra a greve, caso ocorram. 

    Os advogados públicos federais se reuniram com deputados do PT para tentar pressionar o Executivo. Há mais de três meses, eles reivindicam reestruturação de carreira e melhores condições de trabalho. Bruno Fortes, presidente da Associação Nacional dos Advogados da União (Anauni) contou que, na última reunião com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, pelo menos dois itens ficaram acertados: os honorários de sucumbência (pagamento feito pela parte que perdeu a ação) seriam repassados (hoje ficam com a União) e a categoria teria tratamento diferenciado.”

    “Hoje, um advogado federal ganha em torno de R$ 17,3 mil no início, enquanto outras carreiras equivalentes começam com R$ 30 mil. Se vingar a pressão por reajuste entre 56% e 78% aos servidores do Judiciário, uma carreira de apoio passará a ganhar mais que um advogado. Isso dá uma revolta imensa. Ela (Dilma) não teve coragem de enfrentrar o Judciário e o MPU. Mas o que não pode é permitir que esse fosso se aprofunde ainda mais”, disse Fortes.

     

    Fonte: Correio Braziliense

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