Roubo de criptomoeda abala confiança do mercado

    O bitcoin, que alcançou recentemente cotação recorde, despencou na manhã de ontem depois que o roubo de US$ 31 milhões em outra criptomoeda reacendeu as preocupações com a segurança das moedas digitais. A empresa por trás do tether, uma criptomoeda usada pelas bolsas de bitcoin para facilitar negociações com moedas fiduciárias, anunciou o roubo na terça-feira.

    Em comunicado, ela informou que um atacante “malicioso” removeu “tokens” da carteira Tether Treasury no dia 19 e enviou-os para um endereço de bitcoin não autorizado. A empresa afirmou que está tentando impedir que as moedas roubadas sejam usadas.

    O bitcoin chegou a marcar perdas de 5,4%, para US$ 7.798,72 – no fim do dia, havia se recuperado um pouco, para US$ 8.141.

    Esse foi o mais recente incidente em uma longa lista de ataques que abalaram a confiança na segurança das moedas digitais. É provável que o evento aumente o debate em Wall Street sobre se as moedas digitais são seguras o suficiente para entrar no campo das finanças tradicionais.

    O tether, com uma capitalização de mercado de US$ 676 milhões, é a 19ª moeda virtual mais valiosa do mundo, de acordo com dados da Coinmarketcap.com. Os tokens estão vinculados às moedas fiduciárias, o que permite que os usuários armazenem e transfiram de forma instantânea e global, de acordo com o site. A empresa responsável pela tether afirmou que os tokens são completamente respaldados por moedas fiduciárias.

    O tether se tornou parte do ecossistema do bitcoin porque ajuda as bolsas a facilitar negociações com moedas como o dólar, o euro e o iene, de acordo com Arthur Hayes, CEO da BitMEX, um local de derivativos de criptomoedas em Hong Kong. Leis contra a lavagem de dinheiro e que exigem conhecer os clientes impediram que muitas bolsas de Bitcoins abrissem contas bancárias, necessárias para manter as moedas fiduciárias.

    O roubo provocou uma nova onda de preocupações com a viabilidade do tether. O ceticismo já vinha crescendo desde que a empresa por trás dos tokens afirmou em abril que todas as transferências internacionais haviam sido bloqueadas por seus bancos taiwaneses. Isso disparou dúvidas sobre se os tokens estavam completamente respaldados por divisas fiduciárias.

    Fonte: VALOR ECONÔMICO

    Matéria anteriorCriação do depósito voluntário do BC será feita por projeto de lei
    Matéria seguinteFisco autoriza créditos de Cofins sobre terceirização