Edição 46 – 17/4/2014

Governo arrocha salários e quer que servidores aplaudam


Recebemos ontem, por gentil cessão de cópia do Condsef, a íntegra da resposta do MPOG à pauta unificada dos servidores públicos federais. Como antecipamos ontem, as quatro páginas da missiva podem ser resumidas em uma palavra: NÃO.

Ainda que no primeiro parágrafo o sr. Sergio Mendonça use o vocábulo “respeitosamente”, o que vem a seguir são falácias que nos dizem qualquer coisa, menos respeito pelos relevantes serviços públicos prestados.

É verdade que houve, em governos anteriores, “uma política que produziu significativa recuperação salarial do funcionalismo público federal”. Mas nem de longe os “acordos de 2012 e 2013” significam a sua continuidade. Como apurado no corrosômetro mais recente, de abril, as estimativas de perdas salariais no presente governo já beiram os 10%!

Procura o Secretário comparar ameixas com peras, ao apresentar o crescimento da folha em comparação à inflação de três governos. Como se 220 mil contratações não tivessem sido feitas, como se progressões e promoções não ocorressem regularmente.

Garante o representante governamental que “99% dos servidores do Poder Executivo Federal Civil encontram-se protegidos por acordo salarial”, percentual que alude aos colegas da Casa. Mais bem colocado seria “constrangidos”, para não faltar à urbanidade. Porque o cenário prometido nas “negociações” de 2012 era de inflação de 4,5% ao ano, o que configuraria uma pequena reposição de perdas passadas de 2013 a 2015. Em que pese os diligentes esforços dos Especialistas e Procuradores do Banco Central, coroados de êxito, para manter a inflação dentro da meta, todos sabemos que os preços não atenderam ao desejo do governo.

A “continuidade do ‘diálogo’” como “melhor caminho para obtenção de resultados que possam contribuir para a valorização dos servidores” fica patente na recusa de receber o Sinal na SRT, desde a última reunião havida em dezembro de 2012. Sequer a Mesa seccional foi regulamentada. 

No Congresso, o Sr. Sergio Mendonça fez-se de surdo ao clamar de duas dezenas de representações dos trabalhadores, entre elas o Sinal, e repetiu a mesma arenga escrita na carta. 

O aplauso é livre manifestação individual de quem achar que o artista o merece. No nosso caso, vamos nos manter atentos e mobilizados.

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