Edição 79 – 07/12/2017

Temer e seus piratas

Desde o tempo da colônia, o Brasil foi visitado diversas vezes por piratas, ou mais corretamente, corsários (já que possuíam cartas de corso com a permissão de seus reis). Eram ingleses e franceses que saquearam o litoral de São Paulo, de Pernambuco e do Rio de Janeiro nos séculos XVI e XVII. Não havia nada de romântico ou aventureiro nestes criminosos. Quando em vantagem, pilhavam e matavam sem dó ou piedade. Quando em minoria, simplesmente fugiam a todo pano.

Sua principal especialidade era a extorsão, no atacado ou no varejo, de vilas e cidades e de seus infelizes habitantes. Quem pudesse pagar pelo seu resgate poderia até escapar com vida, porém quem não pudesse teria a tortura e a morte como seu destino.

Atualmente, o sistema partidário brasileiro e a nossa legislação canhestra e cartorial fez surgir entre nós uma nova classe de piratas e corsários travestidos de empresários e políticos. Não usam armas ou abordagens violentas (isto é para amadores), entretanto o seu objetivo é exatamente o mesmo: rapinar o que puderem de pessoas e instituições.

São tipos que transitam com desenvoltura na política e no mercado. Estão sempre participando de governos ou operando por trás deles, buscam principalmente posições estratégicas, com acesso a licitações de obras milionárias ou a venda de projetos de leis lucrativos. Não gostam de pagar impostos. Costumam ser sonegadores contumazes. Se dizem inimigos do Estado, mas sempre contam com a proteção e a salvação dos seus negócios pelos seus parceiros dentro deste próprio Estado.

Não têm compromisso com a cidadania e muito menos com as populações desfavorecidas. O negócio deles é buscar os projetos lucrativos para os seus bolsos e nos quais possam repassar para os trabalhadores os prejuízos decorrentes das suas armações.

Neste momento, um bando deles se juntou para extorquir os funcionários públicos federais. Como bons corsários, querem pilhar as nossas aposentadorias. Ora, dizem para a população que são injustas e que por isto a previdência está quebrada, como se esta mesma previdência não fosse sempre uma fonte constante de suas rapinagens.

É claro que este discurso só serve para embromar a população. Entre eles, que se conhecem bem, o discurso é bem diferente.

O governo Temer acaba de oferecer 3 bilhões em recursos para a realização de obras para prefeituras. Tais valores, entretanto só serão liberados com a aprovação da reforma da previdência!!!

Qualquer “Barba negra” aplaudiria tal performance de pé.

Para os incautos que ainda tinham alguma dúvida, esta proposta mostra descaradamente a inexistência de qualquer discussão republicana sobre a questão da previdência por parte desse governo. É só rapinagem!!!

Infelizmente, alguns colegas acham que isto não lhes diz respeito, afinal não é problema deles. Acham que sua maior preocupação é se devem ou não aderir ao Funpresp.

Em 1996, quando os funcionários do Bacen deixaram de ser celetistas para se tornarem servidores estatutários, não foram poucos os que acharam que não faria muita diferença, uma vez que a integralidade estava garantida pelo governo.

Fica a lição, nada é garantido num governo de piratas!

LUTE CONOSCO, PROCURE O SINAL! FILIE-SE!

 

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