Bancos devem reduzir juro do cheque especia

    FEBRABAN DIZ QUE ESTUDA MUDANÇAS E QUE NOVAS REGRAS DEVEM ENTRAR EM VIGOR AINDA EM 2018. TAXAS COBRADAS HOJE PASSAM DE 295% AO ANO, EM MÉDIA
    LETÍCIA COTTA*

    Por pressão do Banco Central (BC), os bancos deverão reduzir as taxas do Cheque especial, que estão entre as mais elevadas do mercado. A maneira de fazer isso está sendo estudada por um grupo de trabalho conjunto, e novas regras podem ser anunciadas ainda este ano. Umas das alternativas propostas pelo BC é construir algo parecido com o que foi feito, no ano passado, com as restrições aplicadas aos cartões de crédito.

    A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou comunicado, ontem, afirmando que estuda formas de melhorar o ambiente de crédito no país e que trabalha para garantir uma redução estrutural do spread — diferença entre as taxas cobradas na concessão de crédito e as pagas na captação de recursos. “O Cheque especial faz parte desse conjunto de ações do setor bancário”, diz a nota.

    Mais cedo, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, havia afirmado que os bancos assumiram o compromisso de reformular o Cheque especial. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que os técnicos da pasta estão contribuindo com as discussões. “Mas não há nenhuma medida específica definida”, disse.

    Em dezembro passado, os Juros do Cheque especial eram, em média, de 295,48% ao ano, segundo a Anefac, entidade que representa os executivos de finanças. A taxa só era menor que a do rotativo do cartão de crédito, que estava em 321%. Os Juros do cartão, porém, passavam de 450% antes das mudanças feitas em abril de 2017, que limitaram a 30 dias o prazo de rolagem do saldo devedor — depois disso, a dívida deve ser parcelada, com taxas mais baixas.

    O educador financeiro Jônatas Bueno observa que, em qualquer caso, essas linhas de crédito devem ser evitadas devido ao custo muito elevado. “O ideal é aprender a ter planejamento financeiro para não se endividar, modificar hábitos”, explicou.

    * Estagiária sob a supervisão de Odail Figueiredo

    Fonte: Correio Braziliense

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