BC vê poder de compra maior

    O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse ontem em palestra na Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista, que o salário mínimo tem poder de compra maior hoje do que no ano passado. Em 2016, destacou, a remuneração básica da economia, em R$ 880, resultava em sobra de R$ 185 após a compra de uma cesta básica, que em São Paulo custava R$ 695. Em agosto passado, disse, a sobra era de R$ 294, um aumento de 55% após descontada a inflação do período.

    ‘A rápida queda da inflação elevou o poder de compra da população e ajuda a explicar essa recuperação via consumo. Esse é um movimento calcado em bases mais sólidas que no passado, pois baseia-se num aumento provavelmente permanente de renda e na redução do endividamento das famílias ocorrido nos últimos dois anos’, afirmou o presidente do BC.

    Ilan reforçou a expectativa difundida no mercado de que a instituição tende a adotar um corte menor para a Selic, a Taxa Básica de Juros, neste mês, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). ‘Para a próxima reunião, caso o cenário básico evolua conforme esperado, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, o Comitê vê, neste momento, como adequada uma redução moderada na magnitude de flexibilização monetária’, afirmou Ilan. ‘Além disso, nas mesmas condições, o Comitê antevê encerramento gradual do ciclo.’

    O presidente do BC também voltou a dizer que o processo de cortes da Selic ‘continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa do ciclo e das projeções e expectativas de inflação’

    Ele destacou que ‘a condução da política monetária foi decisiva para colocar a inflação em trajetória de queda’. Segundo ele, as condições de ociosidade da economia já estavam presentes em meados de 2016, mas o processo de desinflação somente se iniciou após a ancoragem das expectativas.

    Ele repetiu que o conjunto de indicadores se mostra compatível com recuperação gradual da economia. Segundo ele, ‘é importante observar os dados de atividade nos próximos meses para verificar o ritmo de recuperação econômica .’

    Fonte: Correio Braziliense

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