Os mercados de países emergentes deverão receber US$ 1,1 trilhão em fluxos de capital neste ano, segundo o Institute of International Finance (IIF), formado por grandes bancos globais. Os fluxos correspondem a 4% do Produo Interno Bruto (PIB) das nações emergentes e indicam uma forte recuperação em relação a 2015, quando alcançaram US$ 763 bilhões ou 1,5% do PIB desses países.
O vulto dos recursos – que inclui empréstimos e aquisição de bônus, além de capital para investimentos -decorre da farta liquidez global; dos Juros mais altos pagos pela maioria dos países emergentes, inclusive o Brasil; da política de diversificação de aplicações adotada pelos investidores; e da confiança inspirada pelos países incluídos entre os maiores receptores de capitais.
O ambiente econômico mundial melhorou e as últimas previsões de crescimento foram revisadas, para mais, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Isso se aplica aos países desenvolvidos e aos emergentes. E, até aqui, contribuiu para a elevação das aplicações.
Mas, a partir da segunda quinzena de setembro, após a reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fome), do Fed, que tornou mais provável uma elevação do juro básico americano ainda em 2017, houve uma redução do ritmo do fluxo de capitais, inclusive para o Brasil, segundo o IIF.
No tocante às entradas de capital nos países emergentes, estimadas em US$ 14,5 bilhões em setembro, Ásia e América Latina foram as principais regiões receptoras, atraindo, respectivamente, US$ 8,6 bilhões e US$ 3,3 bilhões. Na América Latina, houve recuperação da economia da região, que deverá crescer 1,3% neste ano e 2,3% em 2018. Em países como a Colômbia e o Chile, o ingresso de recursos se deveu ao “fortalecimento gradual dos fundamentos econômicos”.
O Brasil foi beneficiado, ao longo do ano, pelo ambiente favorável às reformas econômicas e pela flexibilização monetária decorrente da inflação bem comportada, ficando em segundo plano os temores derivados de incertezas políticas.
Mas nem todas as notícias são boas. Segundo o instituto, muitos “riscos geopolíticos permanecem elevados”, caso dos relativos à Coréia do Norte. A ameaça norte-coreana é tratada não apenas como um dos “pontos críticos”, mas também como um dos que poderiam se tornar ainda mais graves.
Fonte: O Estado de S. Paulo