Preços de combustíveis e commodities agrícolas puxam alta do IGP-10 no mês

    A inflação apurada pelo Índice Geral de Preços -10 (IGP-10) subiu de 0,39% para 0,49% entre setembro e outubro, a maior taxa desde janeiro (0,88%). Para Salomão Quadros, superintendente-adjunto de inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), no entanto, essa aceleração não é preocupante.

    Segundo ele, a taxa maior foi impulsionada por combustíveis e commodities agrícolas mais caras no atacado. Ao longo do mês, embora as expectativas sejam de manutenção de alta nos preços das commodities agrícolas, isso não deve ocorrer com combustíveis.

    Ao mesmo tempo, o minério de ferro, atualmente em queda no atacado, deve continuar com preço em baixa. Como representa em torno de 5% do total da inflação atacadista – setor que representa 60% do total dos IGPS -, deve ajudar a frear avanço dos indicadores no mês. “A taxa de 0,5% deve ser o limite superior dos IGPs em outubro”, afirma Quadros.

    O IGP-10 acumula quedas de 1,55% no ano e de 1,29% em 12 meses até outubro. No atacado, a variação de preços medida pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) saltou de 0,55% para 0,67% entre os meses de setembro e outubro, impulsionada por elevações dos preços de óleo diesel (7,03%) milho em grão (10,24%) e soja em grão (2,72%).

    Já os preços no varejo, medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), saíram de estabilidade para avanço de 0,18% de setembro a outubro, com enfraquecimento da deflação dos alimentos (de -0,91% para -0,08%). Altas nos preços agropecuários atacadistas deixam alimentos mais caros no varejo, com repasse de aumentos de preços em matérias-primas agropecuárias para os derivados, junto ao consumidor. Este movimento deve continuar, disse Quadros.

    A perspectiva de inflação varejista mais pressionada não deve, no entanto, suplantar a influência benéfica de preços no atacado mais comportados em outubro, segundo o superintendente do Ibre-FGV.

    Fonte: VALOR ECONÔMICO

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