O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) deve desacelerar para 0,33% em outubro, após alta de 0,47% em setembro, segundo a média das estimativas de analistas consultados pelo Valor Data. As projeções vão de alta de 0,25% até 0,50%. O acumulado em 12 meses deve diminuir a queda de 1,45% em setembro para recuo de 1,32% em outubro. O índice será divulgado hoje pela Fundação Getulio Vargas (FGV)
A desaceleração do indicador deve ser influenciada principalmente pela deflação no minério de ferro. “Será a principal contribuição negativa. A commodity pressionou o IPA [Índice de Preços ao Produtor Amplo] até setembro, mas nas últimas semanas o preço recuou no mercado internacional”, observa Helcio Takeda, analista da Pezco Economic. No acumulado de outubro, o minério recuou 3,2% no mercado à vista chinês, o maior consumidor do mundo, segundo o índice Metal Bulettin.
Produtos que tiveram deflação nas prévias do IGP-M de outubro, como açúcar e cana, também vão carregar o sinal negativo no resultado fechado do índice. O diesel, afirma Takeda, deve desacelerar a alta e também ajudar o IPA geral, que deve subir 0,28%, segundo estimativa da Pezco.
Produtos têxteis, máquinas e equipamentos, equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos e máquinas, aparelhos e materiais elétricos também devem registrar deflação, contribuindo para a alta do IPA industrial ceder de 1% em setembro para 0,16% em outubro, segundo a LCA Consultores. Vestuário, derivados do petróleo e biocombustíveis, veículos e autopeças devem moderar as altas. A consultoria prevê inflação de 0,28% para o IGP-M deste mês.
Os preços agrícolas no atacado devem subir e passar de queda de 0,04% para alta de 0,68%, segundo a LCA, por causa de milho, feijão, soja, batata, tomate, uva, laranja, suínos e aves. Mas pela preponderância dos preços industriais, com peso de 60% nos IGPs, a consultoria espera que o IPA total recue de alta de 0,74% em setembro para 0,29% em outubro.
No varejo, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) deve subir, após a queda de 0,09% no mês anterior, na esteira das altas de alimentação, habitação, vestuário e comunicação. A inflação ao consumidor vai ser influenciada especialmente pela tarifa de eletricidade residencial, que em outubro absorveu o custo extra da faixa 2 da bandeira tarifária vermelha, a mais cara.
A bandeira, que cobra R$ 3,50 adicionais a cada 100 kwh consumido, foi acionada por causa do aumento do uso das termelétricas. A partir de novembro essa bandeira deve subir para R$ 5.
Takeda, da Pezco, observa que preços que já mostraram alta substancial no atacado, como carnes, tomate e batata, ainda terão alguma pressão sobre o IPC, que deve subir 0,38%, estima.
Em 12 meses, o IGP-M deve aumentar, mas as taxas do último trimestre do ano, em torno de 0,35%, não devem impedir uma deflação no ano, a primeira desde 2009, quando caiu 1,71%. A Pezco estima queda de 1,18% em 2017.
Fonte: VALOR ECONÔMICO