O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) avançou no último mês do ano, subindo de 0,32%, em novembro, para 0,35%, em dezembro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com esse resultado, a prévia da inflação oficial acumulou, em 2017, alta de 2,94%, a menor desde 1998, quando registrou 1,66%. A média de preços do indicador ficou menor que o ano passado em seis grupos de nove.
O resultado é reflexo principalmente da deflação das despesas com alimentação, que foi de 2,15%. O recuo é o primeiro da categoria em toda a história do índice. Os gastos de alimentação representam cerca de 25% da cesta de itens consumidos pelas famílias, por isso o resultado contribuiu para desacelerar o custo de vida no país.
A professora Leila Andrea Reis, 41 anos, disse que, embora os alimentos não estejam ‘super baratos’, estão ‘em conta’. Os principais produtos do mercado que tiveram destaque no baixo preço, na opinião dela, foram detergente, arroz e feijão. ‘Tem algumas coisas que tiveram uns piques de baixa ao longo do ano, mas outras também subiram’, comentou. Para ela, este fim de ano está tranquilo para encaixar as compras no orçamento sem problemas. ‘Pensei que fosse estar tudo mais caro. Mas eu também procuro levar os produtos das marcas que estão mais baratas. Troquei vários deles algumas vezes este ano’, destacou.
Para a administradora de empresas Iva Michilles, 55, os produtos que mais se mostraram em conta no mercado ao longo do ano foram as frutas nacionais, o feijão, o óleo e o açúcar. ‘O feijão estava um absurdo no começo do ano. Paguei R$ 11 o quilo e até R$ 14. Agora, está por volta de R$ 2. Nesta semana, estava R$ 1,99 no atacado, então, baixou bastante’, explicou.
No entanto, para ela, mesmo com uma inflação baixa, o orçamento continua apertado devido ao custo alto de outros produtos essenciais, como a gasolina e os impostos. ‘Aliviar o orçamento de verdade nunca acontece. Algumas coisas estão tão caras que fica difícil saber se o que encontramos está barato mesmo ou somente um pouco mais acessível’, considerou.
A supersafra registrada no início do ano e as boas condições de oferta na economia foram essenciais para a queda de preços no grupo de alimentos e bebidas. Desde junho, a média de custos com alimentos só caiu. No entanto, esse não foi o único fator para o resultado da inflação no ano. O enfraquecimento da atividade econômica também teve influência significativa para isso. O quadro de desemprego e a recessão reduziram o consumo das famílias. Os artigos de residência, que incluem móveis e eletrodomésticos, registraram queda de 1,51%. (AR)
Fonte: Correio Braziliense