O presidente do conselho do UBS, Axel Weber, disse que o banco suíço não negociará Bitcoins, nem oferecerá o ativo aos clientes no varejo, porque a ampliação da regulação poderia provocar uma “enorme” queda no valor. “É algo com preço muito pouco claro”, disse Weber em entrevista à “Bloomberg TV”, ontem durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
“Nosso temor é que, no futuro, se esses investimentos implodirem e o mercado fizer uma correção, os investidores apontarão para quem vendeu a eles.” Há abundantes sinais de que existe uma supervisão maior a caminho – a Coreia do Sul debate a possível proibição das bolsas de Bitcoins em meio a preocupações sobre lavagem de dinheiro e evasão fiscal, e a China está na vanguarda da tentativa de controlar a tecnologia.
A Comissão Europeia afirmou neste mês que poderá ampliar a regulação das moedas virtuais devido a sinais de bolha de preços. Na Europa, o Nordea Bank proibiu os funcionários de negociarem Bitcoins e outras criptomoedas.
Há muito pouca elasticidade na oferta de bitcoin, por isso cada aumento de demanda resulta diretamente em elevação de preço, disse o presidente do conselho do UBS. Weber pediu que os órgãos reguladores “se concentrem” no bitcoin, que foi negociado na quarta pouco acima de US$ 11 mil, contra US$ 18.675 em 18 de dezembro.
Executivos do setor bancário de toda a Europa expressaram dúvidas em relação ao uso da criptomoeda como investimento. O bitcoin é uma moeda virtual e os governos não podem aceitar o crescente mercado de dinheiro não impresso por um país, disse o presidente do conselho de gestão do russo VTB Bank, Andrey Kostin, também à Bloomberg TV, acrescentando que “não há um grande futuro” para o bitcoin. O CEO do Credit Suisse, Tidjane Thiam, disse em novembro que o bitcoin é a “própria definição de bolha”.
Fora do assunto das criptomoedas, Weber também citou os imóveis da Suíça e de outros países como uma possível bolha, acrescentando que as taxas de vacância estão aumentando, o que provavelmente levará a alguns calotes nos empréstimos. A situação pode levar a uma “correção mais ampla” do mercado imobiliário, disse Weber. (Colaborou Julie Edde)
Fonte: VALOR ECONÔMICO