Para analistas, IGP-M de janeiro deve atingir 0,82%

    A inflação no atacado seguiu pressionada no primeiro mês do ano, tendência que deve persistir no primeiro trimestre, segundo economistas. Com pequena desaceleração nos produtos industriais e agrícolas, a estimativa média de 18 Instituições Financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data aponta que o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) recuou de 0,89% em dezembro para 0,82% em janeiro.

    As projeções para o indicador, a ser divulgado hoje pela Fundação Getulio Vargas (FGV), vão de alta de 0,76% até 0,91%. Se confirmadas as previsões, a deflação acumulada em 12 meses pelo IGP-M vai se reduzir para -0,35%, ante -0,52% no mês anterior.

    Com peso de 60% no indicador geral, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) aumentou 0,94% este mês, depois de avançar 1,24% no dado anterior, estima Márcio Milan, da Tendências Consultoria. Tanto os itens industriais quanto agrícolas devem ter perdido fôlego, diz.

    Em seus cálculos, o IPA agro deixou alta de 0,83% em dezembro e, agora, subiu 0,50%. Segundo Milan, grãos como soja, milho e feijão devem contribuir para a inflação menor. “Ainda não houve a colheita efetiva das novas safras, mas as perspectivas são positivas”, comentou.

    Para o IPA industrial, a perspectiva é de desaceleração menos expressiva na passagem mensal, observa o economista, de 1,37% para 1,10%. O principal impacto de baixa deve vir dos combustíveis, porque neste mês a Petrobras não concedeu reajustes significativos nos preços, afirma Milan. Na medição anterior, os combustíveis registraram alta de 12,1% ao distribuidor.

    Em relatório, a equipe econômica do Bradesco aponta que a inflação do atacado deve ser pressionada ainda pelo minério de ferro. No mês passado, a commodity metálica teve aumento de 9,48% no IGP-M. Para o banco, o IGP-M subiu 0,77% em janeiro, taxa considerada elevada.

    Responsável por 30% do IGP-M, o indicador que mede os preços no varejo deve ter ganhado fôlego em janeiro, diz Milan, da Tendências, puxado pelos alimentos. Em suas estimativas, o Índice de Preços ao Consumidor – M (IPC-M) aumentou 0,45%, ante 0,30% em dezembro, mesmo com ajuda da tarifa de eletricidade, que ficou mais barata com a passagem da bandeira tarifária vermelha patamar 1 para verde. O grupo educação será outra pressão, acrescenta, uma vez que, na metodologia da FGV, os reajustes de mensalidades escolares são capturados em janeiro.

    Por fim, já divulgado pela fundação, o Índice Nacional de Custo da Construção avançou de 0,14% para 0,28% na passagem mensal. A parte de mão de obra teve desaceleração, de 0,07% para 0,03%, enquanto o segmento de materiais, equipamentos e serviços ficou 0,59% mais caro. Em dezembro, a alta foi menor, de 0,22%.

    Fonte: VALOR ECONÔMICO

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