Alta de 1,4% em dezembro surpreende analistas e os mais otimistas já estão projetando expansão de 4% em 2018
O indicador de atividade do Banco Central, o IBC-Br, surpreendeu analistas e subiu 1,4% em dezembro sobre novembro — a quarta alta consecutiva do indicador nesse nível de comparação, algo que não se via desde 2012, diz Thiago Xavier, economista da Tendências Consultoria. Com isso, a economia cresceu 1,04% em 2017— a primeira alta em três anos —, apontando para um desempenho similar do PIB (Produto Interno Bruto) oficial, do IBGE, a ser divulgado em 1° de março. O IBC-Br tem metodologia diferente, mas funciona como espécie de prévia do PIB.
A reação da economia iniciada no ano passado reflete basicamente o comportamento do consumo, mas a expectativa é de que o bom desempenho se dissemine para outros setores ao longo de 2018.
Um sinal importante nesse sentido, diz Xavier, da Tendências, foram os dados positivos da indústria (+2,8%) e dos serviços (+1,3%) no último mês de 2017.
Se mantido, o nível de ex-Dansão observado em dezembro garante alta de 2,3% para o PIB em 2018, diz Alberto Ramos, do Goldman Sachs.
Com o bom resultado do IBC-Br, cresceram as apostas de um PIB maior em 2018. Embora a mediana de economistas ouvidos pelo Banco Central aponte para um avanço de 2,8% do PIB, já há quem espere mais. Marco Caruso, do Banco Pine, revisou suas projeções e agora estima alta de 3,2% do PIB neste ano, levado pela massa de salários e investimentos.
Cristiano Oliveira, economista-chefe do Banco Fibra, prevê alta perto de 4% em 2018. “0 ritmo de recuperação está mais acelerado do que o esperado.”
Fonte: Folha de S.Paulo