Correio Econômico – Autonomia do BC

    Diante do debate sobre a independência do Banco Central (BC), os economistas do Itaú Unibanco Felipe Sal-les, Julia Gottlieb e Thales Caramella resolveram se debruçar sobre o tema. Entre 31 países analisados, somente Brasil, China, Tailândia, Noruega e Polônia não possuem autonomia prevista em lei. A mesma amostra aponta que 23 nações têm como objetivo único garantir a estabilidade do poder de compra da moeda ou de preços.

    Os analistas afirmam que os defensores da autonomia argumentam que a autoridade monetária deve ter objetivos simples e claros, além de autoridade suficiente para alcançá-los, mantendo, assim, sua credibilidade. “Um Banco Central crível tem maior capacidade de influenciar as expectativas de inflação, ajudando na manutenção da estabilidade de preços com menor volatilidade de Juros e emprego. Além disso, a autonomia é importante para proteger os Bancos Centrais de possíveis interferências políticas, diminuindo o risco de dominância fiscal, por exemplo”, explicam.

    O estudo destaca ainda que o principal argumento contra a autonomia do BC é a falta de legitimidade democrática, uma vez que o presidente e os diretores da instituição não são escolhidos pela população por meio do voto. Entretanto, o mesmo critério se aplica aos diretores de agências regulatórias, que possuem mandatos fixos.

    Na opinião dos analistas do Itaú, a autonomia do BC aumentaria a credibilidade da instituição e a eficácia da política monetária. A adoção de um mandato duplo, no entanto, não teria efeitos positivos, avaliaram os economistas. “A longo prazo, a autoridade monetária não tem controle sobre variáveis reais. Dessa forma, definir uma meta dual poderia resultar apenas em inflação mais elevada e expectativas desancoradas, sem ganhos no emprego”, alertaram.

    Alguns Bancos Centrais têm um mandato prioritário, mas especificam apoio a outras políticas econômicas, que não sejam conflitantes com o objetivo central, aponta o estudo. Entre eles estão o Banco CentralEuropeu (BCE) e as autoridades monetárias da Hungria e de Israel. “Nesses casos, o objetivo prioritário é a estabilidade de preços, mas, se não existir prejuízo a esse objetivo, o BC pode apoiar outras políticas econômicas que visem contribuir para o crescimento, por exemplo”, comentaram.

    Eles ainda relembraram que apenas o Fed (dos Estados Unidos) possui mandato múltiplo, com mais de um objetivo explícito. “Vale lembrar que ele detém autonomia política e historicamente tem interpretado seu mandato sem a interferência de políticos”, afirmaram.

    Agtechs
    » Dados da AgFu nder apontam que em 2017 as agtechs, startups do setor agrícola, receberam investimentos de US$ 10,1 biLhões em 924 negociações.

    O volume de recursos é 29% superior ao montante aportado nas empresas detecnoLogia para o campo. Entre as operações, a John Deere adquiriu a empresa de robótica BLue River Technology por US$ 305 miLhões, e a DowDuPont comprou a plataforma de software de gerenciamento de granjas GranuLar por US$ 300 miLhões.
    Velhice tranqüila

    » Pesquisado Itaú Unibanco mostra que o número de mulheres que contratou planos de previdência privada em 2017 aumentou 19,5% na comparação com o ano anterior. Em relação a 2015,  o crescimento foi de 46%. De acordo com o Levantamento, quanto mais escolarizadas, mais elas se preocupam com uma veLhicetranquiLa. Entre as pós-graduadas, a participação cresceu 75% nos dois anos analisados. Para se ter uma ideia, o sexo feminino já representa 41% do total de pLanos contratados.

    007 da Esplanada

    » Nos corredores do Ministério do PLanejamento, o chefe da Secretaria do Orçamento FederaL (SOF), George Soares, é mais conhecido pelo apelido do que peLo nome. Por onde passa, é chamado de “007”, porque sempre carrega uma pasta parecida com a do espião britânico James Bond, herói criado peLo escritor ingLês lan Fleming. Até brincam: só não pode mexer com ele, porque sabe como é, é o homem do dinheiro, que Libera os pagamentos.

    Troca na Febrafite

    » Após 16 anos no comando da Federação Brasileira de Associacões de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite), o auditor Roberto Kupski, da Receita Estadual do Rio Grande do Sul, passa o bastão para o Juraçy Soares, auditor da Secretaria de Fazenda do Ceará. ELe ocupara o posto até 2020. A assembLeia de eleição da diretoria e conselhos da entidade que representa mais de 30 mil profissionais do Fisco em todo o país ocorrerá sexta-feira em Fortaleza.

    Com Rosana Hessel

    Fonte: Correio Braziliense

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