Ibovespa e dólar iniciam semana em alta

    Os mercados de Câmbio e ações no Brasil começaram a terceira semana de março em ritmo mais lento, reflexo da expectativa dos agentes financeiros por eventos que definam os rumos dos preços nos próximos dias.

    Dados de inflação nos EUA são esperados para esta terça-feira. No fim da semana passada investidores demonstraram algum alívio após números indicarem menor pressão inflacionária mesmo com forte geração de postos de trabalho nos Estados Unidos.

    Se os números do índice de preços ao consumidor americano referente a fevereiro traçarem um quadro de pouca pressão inflacionária e caso os dados de atividade no país no decorrer da semana revelem uma economia em ritmo satisfatório de crescimento, é provável uma nova rodada de busca por risco, o que beneficiaria tanto o Ibovespa quanto o real.

    Ontem, o principal índice da bolsa brasileira fechou em alta de 0,61%, aos 86.900 pontos – na máxima, chegou aos 87.046 pontos (0,76%). O indicador foi o único dentre os principais da América a ganhar terreno. Operadores voltaram a citar o efeito positivo da perspectiva de Juros baixos por mais tempo no Brasil sobre o cenário para o mercado de ações, no dia em que o relatório Focus trouxe revisão da taxa Selic ao fim deste ano de 6,75% para 6,50% ao ano.

    A bolsa também teve impulso do noticiário corporativo. Eletrobras PNA (alta de 4,49%) foi o maior ganho do Ibovespa, e Eletrobras ON subiu 4,1%. Os papéis da empresa repercutiram a fala do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reforçando que a comissão para discutir o projeto de privatização da estatal será instalada hoje.

    Destaque também para Fibria ON (alta de 2,95%), após a notícia publicada pelo Valor PRO, serviço em tempo real do Valor, de que a Paper Excellence apresentou proposta firme de compra da companhia.

    Limitando os ganhos do mercado, Suzano ON (queda de 4,45%) liderou a ponta negativa do Ibovespa, já que a empresa também tem proposta encaminhada pela Fibria.

    A alta do Ibovespa se deu em meio a baixo volume de negócios, que não passou de R$ 6,83 bilhões, menor montante para um pregão neste mês. Até a última sexta, o volume diário médio de negociações em 2018 somava R$ 8,82 bilhões.

    E no mercado de Câmbio não foi diferente. O giro de contratos de dólar futuro negociados na B3 não chegou a 230 mil, quarto mais baixo deste ano. O menor volume de negócios se refletiu ainda nas moderadas variações da cotação do dólar ao longo do dia. No fechamento, a moeda americana subiu 0,18%, a R$ 3,2572, mais próxima da mínima do dia (R$ 3,2507) do que da máxima (R$ 3,2666).

    A leve alta do dólar não chegou a ameaçar o padrão de comportamento da taxa de Câmbio visto nas últimas três semanas, período no qual a cotação tem se mantido na estreita faixa entre R$ 3,20 e R$ 3,26.

    Com isso, a volatilidade histórica – uma medida do grau de variabilidade dos preços de um ativo – caiu a 8,66% ao ano (intervalo de 14 dias), bem abaixo dos 18,40% registrados no último dia 14 de fevereiro.

    A última variação de baixa de dólar de mais de 1% ocorreu na terça passada, quando o STJ rejeitou habeas corpus a favor do ex-presidente Lula. Na ponta de cima, o dólar subiu mais de 1% no dia seguinte, puxado pela maior aversão a risco no mercado externo por causa de receios de protecionismo no comércio internacional.

    Fonte: VALOR ECONÔMICO

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