Gabo Morales
Mais uma categoria de servidores públicos reivindica que a escolha do comandante de um órgão federal seja feita a partir de uma lista elaborada por funcionários da própria instituição.
O Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central) quer que o presidente da autoridade monetária seja escolhido pelo presidente da República com base em três nomes apresentados pelos servidores do BC.
Recentemente, funcionários da antiga CGU (Controladoria Geral da União), atual Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle cogitou elaborar também uma lista para apresentar ao presidente interino Michel Temer.
A ADPF (Associação de Delegados da Polícia Federal) também defende que o novo diretor da PF seja escolhido por meio de lista tríplice votada pelos policiais, como ocorre com a Procuradoria Geral da República, por exemplo. O governo rejeita a ideia.
O sindicato do BC já manifestou preocupação com a indicação do economista Ilan Goldfajn, que será sabatinado pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos do Senado) nesta terça-feira (7). Ilan deixou recentemente o Itaú-Unibanco para voltar ao setor público.
Sinal ressalta que Ilan estava ligado a um banco nacional diretamente fiscalizado pelo BC, ao contrário de Armínio Fraga e Henrique Meirelles, ex-presidentes do BC que trabalhavam no exterior antes de assumirem o mesmo cargo.
A expectativa é que Ilan tenha seu nome aprovado hoje pela CAE e também pelo plenário do Senado. Do ponto de vista técnico, haveria tempo para que ele participasse do segundo dia da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, mas a hipótese é descartada por pessoas próximas ao economista.
Fonte: Folha de São Paulo