Presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central, Paulo Gonçalves, mostra preocupação com vagas solicitadas para o Bacen.
As 260 vagas solicitadas pelo Banco Central ao Ministério da Economia para a abertura de um novo concurso Bacen não irão suprir o grande déficit de servidores. A informação é do presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Paulo Lino Gonçalves.
Segundo o presidente, o Bacen vive o maior déficit de servidores da história da instituição. Atualmente faltam 2.768 servidores, sendo 2.248 somente na carreira de analista.
Além disso, Gonçalves acredita que com a iminente aprovação da Reforma da Previdência o número de aposentadorias deve aumentar e, com isso, também os cargos vagos no órgão.
“O Banco Central nunca esteve com um quadro de pessoal tão baixo como hoje, em que faltam 2.768 servidores, sendo 2.248 somente na carreira de analista. Anualmente, cerca de 200 pessoas deixam a autarquia devido a aposentadorias. Mas com a iminência da Reforma da Previdência, o número deste ano deve aumentar. O quantitativo solicitado pelo banco vai apenas aliviar um pouco a situação, mas não resolver tudo. Mas entendemos que o BC fez um pedido modesto para ver se agora será atendido”, completou.
O último concurso Bacen foi realizado em 2013 com oportunidades para os cargos de técnico, anaslista e procurador. Além da carência de pessoal, cada vez maior, Paulo Lino demonstrou preocupação com o preparo, orientação e adapatação dos profissionais que ingressam na instituição.
“Sem concursos, regulares, não há sequência de transmissão de conhecimentos entre os que ingressam no banco e os que já atuam lá. Fazemos um trabalho mais específico, e quem entra leva tempo para absorver tudo. E quando um servidor se aposenta, leva consigo toda a sua experiência. Por isso, é tão importante uma oxigenação de pessoal contínua”, observou.
Gonçalves classificou o Bacen como uma autarquia bastante qualificada e reconhecida tanto no âmbito nacional quanto internacional e, também, reforçou a necessidade de mais servidores, mesmo com o processo de digitalização das atividades do órgão.
“Desse modo, precisamos contar com mais servidores para desenvolver nosso trabalho com excelência. A digitalização ajuda bastante, mas é necessário termos servidores para fazerem as fiscalizações presenciais. Só com um relatório, fica mais difícil perceber irregularidades. A máquina não substitui o homem, apenas colabora com ele”, salientou.
Concurso Bacen solicita 30 vagas para nível médio
Do total das 260 vagas pleiteadas pelo Bacen, 30 são para cargos de nível médio, na função de técnico, cuja remuneração é de R$7.741,31. No ano passado, o pedido de concurso Bacen não abrangeu essa carreira (que tem déficit atual de 384 servidores), mas apenas cargos do nível superior.
O maior quantitativo pedido em 2018 foi justamente para a carreira de analista, em que há maior defasagem. Foram 200 vagas para o cargo que exige graduação em qualquer área. A remuneração para esta função é de R$19.665,06.
Ainda no nível superior, foram solicitadas 30 vagas de procurador, que serão destinadas aos bacharéis em Direito. A remuneração, nesse caso, passa para R$21.472,49.
Faltam, atualmente, 136 profissionais nessa carreira. Todos os ganhos já estão somados aos R$458 referentes ao auxílio-alimentação. O Bacen adota o regime estatutário de admissão, o que garante a estabilidade empregatícia.
No concurso de 2013, organizado pelo Cebraspe, os candidatos a técnico e analista foram avaliados por meio de provas objetivas e discursivas, programa de capacitação e análise de títulos (apenas para os analistas).
E no caso dos procuradores, a seleção compreendeu prova objetiva e discursiva, inscrição definitiva, avaliação oral e de títulos, curso de formação e sindicância de vida pregressa.
Fonte: Folha Dirigida