Presidente do sindicato dos funcionários do Banco Central afirma que mudança seria “um enorme risco”
CORPO ESTRANHO
“Temos que preservar o BC. Ele está assumindo uma instituição que não tem a mesma estrutura sólida e que estará sujeita a interferências políticas. É um enorme risco”, diz Paulo Lino Gonçalves, presidente do sindicato dos funcionários da instituição.
FIM DA LINHA
O Coaf mudou de nome, para UIF (Unidade de Inteligência Financeira). Antes, só funcionários de carreira poderiam fazer parte do órgão. O presidente Jair Bolsonaro derrubou a regra.
TERRA ESTRANHA
“O nome do BC estará envolvido, mas o trabalho da UIF será feito por pessoas de fora. O banco estará na berlinda, pode sofrer críticas por ter que se meter em assunto que não é exatamente dele”, segue Gonçalves.
PRIMO
A UIF, diz, “é como um primo esquisito que chega na sua casa. Não dá para se responsabilizar pelo o que ele faz”.
TÔ FORA
A Receita Federal também resiste. “A troca de informação entre os órgãos federais de controle acabou com a ida do Coaf para as mãos de gente do mercado. A Receita não vai mandar mais nada para lá.” E o que vier dele será recebido com desconfiança, diz Kleber Cabral, presidente do Sindifisco, que representa os auditores fiscais.
BÍBLIA
A sentença do juiz Francisco Shintate, que condenou Fernando Haddad a quatro anos e seis meses de prisão por crimes eleitorais, tem mais de 500 páginas. O magistrado só começa a examinar o caso concreto na 361.
BÍBLIA 2
Nas anteriores, ele fala sobre linguística —”veículo sígnico (o suporte físico), designatum ou significatum (a significação) e denotatum (o significado)” —, de lógica “alética e deôntica” e inclui citações de 50 páginas contínuas de trechos de livros.
TEM LÓGICA
O juiz chega a usar dezenas de fórmulas de lógica formal, como “(-q v -r –S)”. E esclarece: S é a relação processual entre “sujeito da relação primária e o Estado, titular do monopólio da coação”.
Fonte: Folha de São Pa22ulo