Edição 30.09.2021

Uma primavera a lembrar

Nos recentes anos, nosso democrático e representativo Congresso, tão lento para quase tudo, vem promovendo uma “Blitzkrieg” de “reformas”, cujo denominador comum tem como primeiro termo anúncios de “salvação da lavoura”, e como segundo, prejuízos para a população humilde, como vimos com a PEC do Teto dos Gastos (os sociais, claro), com a Reforma Trabalhista, com as terceirizações, com a Reforma da Previdência, com a PEC Emergencial, e a lista segue.

A maravilha do momento atende pelo incrível nome “Reforma Administrativa”, que – “por supuesto”! – anuncia moralização e melhorias, as quais estranhamente não “beneficiarão” magistrados, procuradores do MP, legisladores e militares.

Você pode até acreditar, se quiser, em declarações despropositadas do tipo “os atuais servidores não serão prejudicados”, se nos anos recentes não teve seu poder aquisitivo corroído, se não sofreu majorações de contribuição previdenciária ou de plano de saúde, se não necessitou trabalhar mais tempo para se aposentar.

O texto que está para ser apresentado ao Plenário da Câmara dos Deputados precisa de 308 votos para aprovação, de 308 pregos no caixão do serviço público, liberando privatização de serviços, reduções de jornada e de salário (até 25%), contratos de trabalho sem realização de concurso (fim dos concursos), demissões facilitadas por avaliação ou por extinção do cargo. Prejudicará especialmente a população mais pobre e atingirá servidores ativos e aposentados, mesmo os de carreiras ditas “exclusivas”.

Existe um padrão a ser identificado nesses eventos, ou serão meros retalhos mal cosidos em fantasia de Arlequim? A essa pergunta, nosso velho amigo Bob provavelmente diria que a resposta vai sendo levada com o vento, e que ninguém precisa de meteorologista para saber de que lado ele sopra …

Nossos deputados federais não foram eleitos para destruir o serviço público! Lembremos a eles que seus votos na primavera de 2021 não serão esquecidos nas eleições de 2022!

Lutemos agora para não chorar depois!

Porto Alegre, 30 de setembro de 2021.
Diretoria Executiva
Seção Regional de Porto Alegre

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