Após reunião com a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) recusou a proposta de realização de concurso público para a autoridade monetária antes de uma reestruturação da carreira. A categoria avisa que o movimento de operação padrão na instituição deve ser endurecido.
“Os ânimos da categoria, antes inconformados com a indisposição do governo em avançar na reestruturação da carreira, posição publicamente manifesta pela ministra, estão agora inflamados com a possibilidade de realização de um concurso público sem que as pautas colocadas pela categoria sejam solucionadas”, afirmou o presidente do Sinal, Fábio Faiad.
Em entrevista ao Broadcast(sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) na semana passada, a ministra avaliou que não caberia uma reestruturação na carreira do BC no momento, já que os ganhos da categoria já estariam próximos aos de outras carreiras bem estruturadas. “Será aberta a mesa, mas tem um processo de negociação que não temos como prever o tempo. No caso do BC, não tem questão de reestruturação, sinceramente”, afirmou Dweck no dia 11 de junho.
Os funcionários do Banco Central pedem a exigência de ensino superior para o cargo de técnico na autarquia e a alteração de nomenclatura do cargo de analista para auditor.
“A realização de concurso neste momento é inoportuna e uma forma de inviabilizar a pauta reivindicatória da categoria. Dentro de um cenário de sucateamento da autarquia e de desmotivação funcional, o concurso público atrairia candidatos com formação educacional de segundo grau ou interessados em usar o BC apenas como trampolim para outras carreiras com remuneração superior”, argumentou o sindicato.
Os funcionários do BC buscam agora uma reunião com o Ministério da Fazenda para expor as preocupações da categoria e pedir a regulamentação de um bônus de produtividade, a exemplo do regulamentado neste ano para a Receita Federal.
Em assembleia, os servidores da autoridade monetária decidiram retomar a operação padrão e intensificá-la a partir desta segunda-feira. De acordo com Faiad, atrasos e interrupções em diversos outros serviços do BC podem se tornar cada vez mais frequentes e devem se espraiar mesmo para os departamentos que ainda não foram atingidos.
“Sem que a Fazenda abra um canal de diálogo com as entidades que representam o corpo técnico do BC, a atmosfera no BC tende a ficar insustentável, colocando em risco as entregas da autarquia à sociedade e o cumprimento de sua missão institucional, incluindo seu papel de regulador e fiscalizador do Sistema Financeiro Nacional e como gestor do STR, Selic e Pix”, concluiu o Sinal.
Fonte: Isto é Dinheiro