Insatisfeitos, servidores do BC iniciam mobilização na próxima semana

    A chamada “operação padrão” foi aprovada em assembleia do Sindicato dos servidores do Banco Central. Situação pode afetar lançamentos do Pix

    Carolina Riveira

    Banco Central do Brasil BACEN - Copom - Metrópoles

    Os servidores do Banco Central (BC) deliberaram nesta sexta-feira (30/6) o início da chamada “operação padrão” a partir da próxima segunda-feira (3/7). A medida, embora não configure uma greve propriamente dita, tende a atrasar serviços e desenvolvimento de novos produtos, como o “Pix Automático”.

    A decisão foi tomada em assembleia do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) na véspera, com aprovação de 95% dos presentes.

    Os servidores decidiram que vão intensificar ações como remarcar a plenária do chamado “Fórum Pix”, além de potenciais “atrasos ou interrupções em diversos outros serviços do BC”. Não há detalhes exatos sobre quais frentes podem ser afetadas.

    Insatisfação no BC

    Servidores do Banco Central têm ampliado a pressão sobre o governo federal desde o último ano, com críticas sobre a falta de valorização salarial, plano de carreira e o que é visto como uma “assimetria” em relação a outros servidores.

    Historicamente tidos como alto escalão do funcionalismo, o grupo tem questionado que a abertura de novas frentes de atuação da instituição e alvos regulatórios, do Pix às criptomoedas, não foram acompanhados de novos concursos ou regulamentação dos períodos de trabalho.

    Em 2022, servidores do BC realizaram uma das maiores greves da história da instituição. Neste ano, os trabalhadores seguem fazendo paralisações pontuais, por algumas horas e somente em dias específicos.

    Atraso no Pix Automático

    Nesta semana, Mayara Yano, associada sênior do Banco Central, disse que as mobilizações ocorridas no BC podem atrasar o lançamento do Pix Automático. A ferramenta, que seria uma opção ao atual débito automático, tem lançamento aguardado oficialmente para abril de 2024.

    “O Banco Central está vivendo uma crise de recursos humanos. São dez anos sem concurso público para a entrada de mais profissionais. E está acontecendo um forte movimento em prol da valorização e correção de assimetrias. Por isso, esse cronograma [do Pix Automático] pode mudar a depender do movimento dentro do BC”, afirmou Yano em evento da Febraban, federação dos bancos.

     

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