Em disputada coletiva de imprensa, União das Carreiras de Estado desmente informações divulgadas pelo Governo Federal e faz balanço do movimento.
A União das Carreiras de Estado (UCE), que reúne 22 entidades, recebeu ontem a imprensa em entrevista coletiva no auditório do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) e fez um balanço do movimento conjunto, bem como relatou as dificuldades encontradas nas negociações com o governo Dilma.
A mesa foi composta por Pedro Delarue, do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, Rudinei Marques, da União Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle – Unacon Sindical, Marcos Leôncio, da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal – ADPF e Paulo Mendes, da Associação Nacional dos Servidores Efetivos das Agências Reguladoras Federais – Aneer.
Falando em nome de todas as entidades, Pedro Delarue explicou que o país está vivendo um momento inédito de mobilização das carreiras. Segundo ele a postura intransigente do governo, está dificultando a negociação. “O governo parece fingir que está negociando. Nenhuma proposta foi feita até agora”. Atualmente, pelo menos 350 mil servidores federais já estão paralisados em busca de negociação com o governo federal.
Entre as reclamações dos servidores públicos federais está o congelamento dos salários. Os servidores públicos das carreiras não têm reajuste desde o primeiro ano do governo Dilma Rousseff e não têm reposições inflacionárias desde 2008.
A questão do peso da folha de pagamento do Estado foi muito comentada. Explicou-se aos jornalistas que os gastos com pessoal caiu de 4,8% do PIB para 4,3% do PIB em dez anos terminados em 2012. Em relação à receita corrente, os gastos com servidores do executivo, que já foram quase 30% em 1995, tem caído permanentemente e já se encontra em 14,5% no acumulado em 2012. Isto só é possível porque o governo tem utilizado processo inflacionário para reduzir o valor dos salários pagos aos servidores públicos. Por outro lado estes números mostram que é possível repor a inflação aos salários dos servidores, sem afetar seriamente a parcela da receita paga aos servidores, utilizando-se para isto do crescimento real do PIB.
Outro assunto abordado pelos jornalistas foi a tentativa do governo de reduzir o movimento dos servidores públicos a uma mera discussão salarial. "Cada carreira tem a sua reivindicação específica. Na realidade, não é apenas a reestruturação que está em jogo, mas também as próprias condições de trabalho, para atender melhor a população brasileira”, disse Pedro Delarue.
O dia 31 de agosto é a data limite para inclusão de emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias. O clima entre os representantes das carreiras de Estado é de que o governo não negociará com a categoria. Neste caso essas carreiras já pensam em deflagrar greve por tempo indeterminado.
Confira abaixo algumas matérias publicadas na imprensa após a coletiva da UCE:
Correio Braziliense
Representantes de 22 carreiras do Executivo estão céticos quanto à reajuste
Agência Brasil
Servidores prometem intensificar greve se não tiverem propostas atendidas
G1
Greve de servidores deve avançar para além do dia 31, diz sindicato
EXAME
Servidores prometem aumentar greve se negadas reivindicações
http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/servidores-prometem-aumentar-greve-se-negadas-reivindicacoes
Sinal-DF Links
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