Juliana Braga
A Câmara dos Deputados estuda a possibilidade de liberar parte dos servidores para trabalhar em casa. A alternativa, apresentada pelo diretor-geral da instituição, Sérgio Sampaio, está em fase preliminar e ainda não há previsão para sair do papel. A ideia é deixar o funcionário mais motivado e tentar reduzir custos. “Existem muitas experiências, muitos casos de sucesso em outros órgãos públicos e, por isso, vamos estudar adotar a prática aqui”, explicou.
Uma comissão de servidores será instalada na próxima semana para apresentar a proposta de regulamentação. A ideia é que só sejam liberados alguns servidores de cada repartição, e somente aqueles cujas tarefas não exijam, de fato, a presença na Câmara. Além disso, o grupo deverá apontar quais são os setores ou as funções passíveis de uma avaliação de produtividade clara para os funcionários. “Só serão liberados aqueles servidores que possam se comprometer com metas”, disse. Segundo ele, o percentual deve ser pequeno.
Para o professor de Administração Pública da Universidade de Brasília (UnB) José Matias-Pereira, entusiasta do trabalho em casa, é necessário planejar e estruturar bem a Câmara antes de instituir essa modalidade, para evitar irregularidades. “Não pode abrir de uma forma generalizada, deixar a critério do administrador público. É preciso ter normas claras”, avalia.
A medida foi levantada na semana em que a Casa começou a implementar o ponto eletrônico. O sistema, entretanto, está sendo testado com somente 600 dos 9 mil servidores da Câmara.