Por Bruno Peres | Valor
BRASÍLIA – A presidente Dilma Rousseff determinou o cancelamento da viagem precursora que seria feita por assessores do governo brasileiro a Washington no próximo sábado com a finalidade de preparar a sua visita como chefe de Estado originalmente prevista para outubro.
Embora a natureza dessa viagem seja meramente burocrática – para avaliação de questões referentes a logística, segurança e hospedagem, por exemplo – o gesto é visto como uma sinalização clara da presidente Dilma de cancelar ou ao menos adiar o convite feito pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para uma visita a Washington com honras de chefe de Estado.
Reportagem publicada pelo Valor na terça-feira mostrou que o Palácio do Planalto examina a possibilidade de adiar a visita.
A resposta de Dilma às denúncias de espionagem contra o governo brasileiro pelos EUA inclui um duro discurso na abertura da 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), prevista para ocorrer no dia 24 deste mês em Nova York. Tradicionalmente, o discurso de abertura é feito pelo Brasil.
Conforme informou também o Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor, na quarta-feira, o governo brasileiro solicitou apenas um encontro bilateral para a presidente Dilma Rousseff em São Petersburgo, onde ocorre a reunião de cúpula do G-20.
O único compromisso requisitado por Dilma foi uma reunião com o presidente da China, Xi Jinping, e não com o presidente americano, não havendo, portanto, previsão de encontro formal entre os dois. A única possibilidade seria uma conversa informal entre Dilma e Obama em meio às sessões do G-20, que ocorre entre quinta e sexta-feira.