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O Banco Central (BC) deve anunciar ainda neste mês um convênio que lhe garantirá acesso aos bancos de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), uma entidade privada que comercializa informações de dívidas assumidas por milhões de brasileiros em lojas de shopping centers e em estabelecimentos comerciais de menor porte. Fontes ouvidas pelo Correio disseram que as negociações já estão em fase de conclusão. Pelo acordo proposto, não haverá nenhum tipo de pagamento entre as partes.
A parceria não prevê qualquer vantagem para a entidade controlada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Além disso, as informações repassadas ao BC serão apenas superficiais, não permitindo, por exemplo, identificar qual consumidor é inadimplente com uma determinada loja. “Ninguém vai saber se a Maria ou o João está com nome sujo na praça”, reforçou uma fonte do governo.
Segundo contou, o ponto positivo para a autoridade monetária ao acessar essas informações é “entender melhor” o funcionamento do mercado de crédito no país. Hoje, o Banco Central só consegue monitorar as dívidas acima de R$ 1 mil contraídas por brasileiros junto a empresas do sistema financeiro, como bancos e financeiras. As informações do SPC, por sua vez, capturam justamente as compras feitas nos estabelecimentos comerciais de pequeno e de médio porte, 98% delas de até R$ 1 mil.
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Nada menos que 75% dos brasileiros — ou 150 milhões de pessoas — têm o nome registrado nos bancos de dados do SPC. Isso, entretanto, não quer dizer que eles estejam com o nome sujo. Na verdade, qualquer consumidor que tente parcelar uma compra com cheque pré-datado ou no crediário está sujeito a ter o nome consultado pelo estabelecimento comercial que oferece o crédito.
Fonte: Correio Braziliense