Bolsa recua 0,31% puxada pela baixa das ações de telefonia
ANDERSON FIGO
DE SÃO PAULO
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou ontem em alta de 1,45%, negociado em R$ 2,224. Foi a maior alta em um dia desde 26 de agosto.
No câmbio comercial, utilizado no comércio exterior, a moeda voltou a R$ 2,23, encerrando com alta de 1,31%.
Além de um ajuste às quedas recentes (o dólar havia recuado sete dias seguidos), a alta ontem da moeda americana também decorreu de rumores sobre uma possível mudança na forma de atuação do Banco Central para conter a variação cambial.
Os investidores especulam que o BC poderá ser menos incisivo em suas atuações no câmbio daqui em diante.
Isso porque o Banco Central realizou um leilão de swap cambial tradicional, que equivale à venda de dólares no mercado futuro, no qual não foram aceitas todas as propostas.
Foi a primeira vez que isso aconteceu desde que começou a valer o plano da autoridade monetária para conter a escalada do dólar.
O BC vendeu 9.650 contratos. Ao todo, 10 mil contratos foram oferecidos.
“O BC deu um sinal ruim para o mercado. Embora ele não vá interromper o programa de atuações diárias, pode colocar algum impeditivo para evitar a colocação do lote todo”, afirmou o especialista em câmbio da Icap Corretora, Italo dos Santos. Ele ressaltou que havia demanda pelos instrumentos.
BOLSA
Os mercados globais tiveram mais um dia de pessimismo com as negociações de aumento do teto da dívida dos EUA para evitar um calote.
No mercado de ações, o Ibovespa, principal índice da Bolsa, fechou ontem em baixa de 0,31%. Foi a segunda perda consecutiva do índice.
“O mercado está morto nesta semana. Na falta de indicadores relevantes, abre-se espaço para notícias corporativas. Deve continuar assim até sexta”, diz Filipe Machado, da Geral Investimentos.
As ações preferenciais da Oi caíram 8,74% e lideraram as perdas do Ibovespa.
Já as ações da TIM recuaram 5,14%. Na véspera, essas ações subiram quase 10% após a notícia de que a espanhola Telefónica vai aumentar a sua fatia na Telco, maior acionista da Telecom Italia.
Fonte: Folha de S.Paulo