Depois de anunciar que ficaria para 2015 a exigência, feita ainda em 2009, de que todos os carros saiam das fábricas com itens de segurança como air bags e freios ABS, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, passou a acenar com uma solução intermediária: a obrigatoriedade poderia alcançar 80% em 2014 e a totalidade no ano seguinte. Hoje, 60% dos automóveis já são produzidos com esses equipamentos. A mudança de postura foi provocada pela péssima repercussão do adiamento — e dos seus motivos. Mantega, que na quarta-feira havia alegado que a preocupação era evitar uma alta no preço dos veículos, ontem admitiu que pesa, mesmo, é a possibilidade de a desativação de linhas de produção obsoletas resultarem em demissões no reduto metalúrgico do PT no ABC paulista e prejudicarem o partido nas próximas eleições. O Ministério das Cidades informou, em nota, que Mantega pediu ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran), a quem cabe a decisão final, que procure conciliar as preocupações com segurança dos consumidores, inflação e desemprego.
Fonte: Correio Braziliense