Para BC, cenário é de ‘alguma volatilidade’

    Por Assis Moreira | De Sydney

    O diretor de assuntos internacionais do Banco Central (BC), Luiz Awazu Pereira, disse que os emergentes estão enfrentando “alguma volatilidade”, mas qualificou de exagero avaliações de uma crise iminente nessas economias por causa da reversão nos fluxos de capitais. “Isso [a crise]

    não acontecerá”, declarou Awazu em debate do qual participou também o chairman do UBS, Axel Weber, em Sydney, à margem da reunião ministerial do G-20.

    Awazu argumentou que o Brasil e outros emergentes estão bem mais preparados para a normalização das políticas monetárias nos países desenvolvidos. E com o dever de casa sendo feito. Somando tudo isso ao potencial de projetos de infraestrutura, o diretor do BC diz que os emergentes claramente não estão em direção de crise.

    O representante do BC reiterou que o Brasil adotou políticas macroeconômicas para prevenção do que chamou de excesso de exuberância no fluxo de capitais, e que essa prudência ajuda agora na reversão desses fluxos no rastro do “tapering” (a redução da compra de ativos pelo Federal Reserve).

    No debate, que era centrado em impacto da regulação bancária, Awazu comentou que o Brasil está facilitando uma série de instrumentos para reduzir o custos de financiamento para pequenas e médias empresas, como cadastro positivo, “mobile payment”, micro-crédito produtivo orientado e agências de assistência técnica.

    Segundo o dirigente do BC, o crédito no Brasil aumentou mesmo no período de crise, e para as pequenas e médias empresas cresceu significativamente. No seminário organizado pelo Instituto Internacional de Finanças (IIF), vários convidados alertaram que os riscos e incertezas estão crescendo e que a reversão no fluxo de capitais deve continuar.

     

    Fonte: Valor Econômico

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