O presidente do PSB, Eduardo Campos, pré-candidato à Presidência da República, afirmou ontem, em entrevista à agência Dow Jones, estar inclinado a defender que o Banco CENTRAL seja formalmente independente.
Para ele, a medida seria uma forma de aumentar a confiança na economia do País. Com isso, afirmou, seria possível “encorajar investidores” e “ajudar o Brasil a retomar o rápido crescimento”. O presidenciável avisou, porém, que ainda discute com seus assessores se a proposta será incluída em sua plataforma de campanha.
No ano passado, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a pautar a votação de projeto que prevê mandato de seis anos para os diretores do Banco CENTRAL, com possibilidade de uma recondução. A medida é considerada por investidores uma forma de garantir autonomia do BC, blindando a instituição de eventuais influências políticas. O Palácio do Planalto, no entanto, reagiu à iniciativa do presidente do Senado e a proposta foi retirada de pauta.
Na entrevista, Campos também culpou a presidente Dilma Rousseff pelo que considerou estagnação da economia brasileira. “As pessoas percebem que ela (Dilma) não deixou o Brasil melhor, que as mudanças pararam de acontecer e que os fundamentos da economia perderam consistência”, criticou.
O ex-governador de Pernambuco também argumentou que a Petrobrás precisa de mais “transparência” em sua política de preços. Ele considerou que a empresa de petróleo sofre interferência política e disse que é preciso libertá-la desses efeitos.
O pré-candidato do PSB defendeu ainda a simplificação da legislação tributária para que o País seja mais competitivo e afirmou que o Brasil necessita melhorar sua infraestrutura e produtividade para competir globalmente. Para ele, o País precisa abastecer o mundo com mais do que produtos agrícolas. “O Brasil precisa ser mais do que uma grande fazenda”, disse.
Fonte: O Estado de S.Paulo