O dólar voltou a subir ontem e fechou o pregão cotado a R$ 3,128, com alta de 0,77%. Em um dia de bastante volatilidade, a cotação da moeda norte-americana variou entre R$ 3,08 e R$ 3,14. O patamar de fechamento foi o maior desde junho de 2004. Em 2015, a divisa acumula valorização de 17,64%. Somente este mês, o ganho diante do real é de 9,52%.
As indefinições em torno do ajuste fiscal continuam pautando o mercado cambial. O temor dos investidores é de que o governo não consiga implementar as medidas a que se propôs para resgatar a credibilidade e amenizar o clima de desconfiança com a economia.
O acordo da última terça-feira entre o governo e líderes do Congresso para a correção escalonada da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física foi considerado positivo. No entanto, como o Executivo abriu mão de mais de R$ 6 bilhões em receitas, o mercado considera que a meta de superavit primário se mantém ameaçada, justificando a continuidade de um quadro de apreensão.
Também persistem no radar dos analistas as incertezas sobre o programa de intervenções do Banco CENTRAL no mercado de câmbio, previsto para terminar este mês. Além de vender diariamente US$ 100 milhões em contratos de swap – equivalentes à venda de dólares no mercado futuro -, o BC tem rolado parte das operações que vencem em abril.
Na segunda-feira, a moeda norte-americana havia interrompido uma sequência de seis altas consecutivas e fechado em baixa de 0,82%. O cenário de alta do dólar já era esperado pelos analistas, que tem se surpreendido, contudo, com a intensidade da escalada das últimas semanas.
Nas casas de câmbio, o dólar já é vendido acima de R$ 3,50, comprometendo a viagem de muitos brasileiros ao exterior. As agências têm sentido a diminuição da procura por pacotes internacionais. O avanço da moeda norte-americana pressiona ainda a inflação, que já ronda a casa dos 8% em 12 meses. (DA)
Fonte: Correio Braziliense