O dólar teve mais uma forte alta ontem e fechou no maior patamar desde 1º de abril. A divisa subiu 1,68% e terminou o dia cotada a R$ 3,15 para a venda, impulsionada, de acordo com operadores, pela divulgação de dados positivos sobre a economia dos Estados Unidos e pela incerteza sobre os rumos do ajuste fiscal no Brasil. A preocupação com a situação da Grécia, que está perto de dar calote nos credores e pode sair da Zona do Euro, também influenciou os negócios.
Nos EUA, a informação de que os investimentos das empresas aumentaram 1% no mês passado reforçou a avaliação e que a atividade econômica se recupera e, com isso, a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central do país) deverá em breve dar início ao processo de alta dos juros, o que deve elevar o fluxo de recursos para aquele país. Com isso, o dólar subiu diante das principais moedas do mundo.
Diante do real, contudo, a alta foi maior, refletindo o quadro de dúvidas que ainda cerca o processo de ajuste fiscal. O acerto das contas públicas é considerado indispensável para evitar o rebaixamento da economia brasileira pelas agências de classificação de risco. O nervosismo do mercado foi reforçado ainda pelos rumores sobre divergências entre os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa.
Pela manhã, o Banco Central deu continuidade ao programa de rolagem dos contratos de swap cambial (operação equivalente à venda futura de dólares) que estão em poder das instituições financeiras e vendeu a oferta total colocada à disposição do mercado. Até agora, o BC já renovou o equivalente a US$ 6,697 bilhões, cerca de 70% dos lotes que vencem em junho.
Fonte: Correio Braziliense