Os aprovados em concursos públicos, que desde o anúncio do corte no Orçamento, estão inseguros quanto à convocação, podem começar a respirar aliviados. Ontem, durante a audiência na Comissão Mista de Orçamento do Congresso, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou que a pasta iniciará as convocações a partir de junho. Entre os que serão chamados estão os que passaram para o Banco Central e para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Sobre a negociação salarial dos servidores públicos para os reajustes de 2016, Barbosa foi taxativo: “Nossa política não é de fazer reajustes do funcionalismo indexados à inflação. Estamos em um processo de negociação com os servidores e vamos apresentar nossa proposta em junho”. Segundo ele, a indexação dos salários à inflação passada é ruim para a economia e já causou muitos problemas ao país no passado.
Reivindicações
Em campanha por reajuste e melhores condições de trabalho desde março, os servidores públicos reivindicam aumento linear de 27,3%, parcelado em quatro anos. O percentual equivale, segundo os representantes da categoria, à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estimado para o período de agosto de 2010 a julho de 2016, em torno de 44%, descontados dos 15,8% pagos de 2013 a 2015, mais um ganho real de 2%.
Segundo especialistas, caso a reivindicação seja atendida, haveria um acréscimo de quase R$ 70 bilhões por ano às despesas com funcionalismo. Durante todo o mês, o Ministério do Planejamento recebeu representantes das diversas carreiras públicas a fim de discutir reivindicações específicas, para só então formalizar a proposta do governo. Os servidores têm pressa, uma vez que, o prazo para se fazer inclusão de emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016 acaba em 21 de agosto.
Fonte: Correio Braziliense