Paralisações em 16 estados e no DF

    Servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada prometem apertar o cerco contra o Executivo e o Legislativo. O diretório nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) organizam hoje um dia de paralisação em pelo menos 16 estados, além do Distrito Federal. A intenção de funcionários públicos, metalúrgicos, rodoviários, bancários e outras classes trabalhadoras é pressionar parlamentares a vetarem o Projeto de Lei nº 4.330, que regulamenta contratos de terceirização. O protesto também é contra o ajuste fiscal promovido pelo governo e as medidas provisórias nº 664 e nº 665, que restringem o acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários. 

    O movimento é um alerta para a possibilidade de uma greve geral, dizem sindicalistas. Amanhã, a Condsef – que representa 80% dos servidores do Executivo Federal – promoverá uma plenária nacional para definir o indicativo de greve, que pode ocorrer ainda em junho. Além das bandeiras em oposição ao ajuste fiscal, às MPs e ao PL nº 4.330, os funcionários públicos cobram reajuste linear de 27,3% a ser pago em quatro anos. 

    Já a CUT pressiona pela criação do Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que prevê a redução da jornada de trabalho com encolhimento de salários, mas sem a suspensão do contrato. A medida beneficiaria categorias como a dos metalúrgicos, que estão sendo afetados com férias coletivas promovidas pela indústria automotiva: somente na próxima semana, estima-se que 34,7 mil operários do setor serão temporariamente dispensados do trabalho. Hoje, representantes da classe vão cruzar os braços em São Paulo, Maranhão, Paraná e Bahia. 

    A pressão deve aumentar ainda mais com a paralisação dos empregados do sistema Eletrobras. Eles decidiram ontem entrar em greve por tempo indeterminado, alegando não terem recebido participação nos resultados prometidos pela empresa. 

    Os bancários também devem aderir aos protestos. Em Brasília, diferentemente do previsto para outras capitais, eles prometem não fechar as agências, mas outras manifestações ocorrerão. A capital federal tem sido palco de paralisações pontuais organizadas por servidores. Ontem, advogados públicos federais se reuniram em frente ao Ministério da Fazenda para exigir melhores condições de trabalho. “Hoje, a Advocacia-Geral da União (AGU) suporta um quadro de evasão de 40%. Sem carreira de apoio, equalização de subsídios e autonomia orçamentária, estamos perdendo mão de obra para outras categorias”, criticou Thirzzia Guimarães, delegada da União dos Advogados Públicos Federais do Brasil (Unafe).

     

    Fonte: Correio Braziliense

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