Desde a retomada do ciclo de alta da taxa básica de juros (Selic) promovido pelo Banco Central a partir de outubro, o juro real (acima da inflação) subiu de 5,39% para 7,65%, o maior nível desde dezembro de 2008. Essa taxa está, na opinião de analistas, acima do nível “neutro”, aquele que permite à economia crescer de acordo com seu potencial sem gerar pressões inflacionárias.
Apesar disso, o BC deve seguir elevando a Selic, uma vez que as expectativas de inflação não melhoram. A preocupação é que o aperto vá longe demais, dificultando o cumprimento da meta fiscal.
“Não existe maneira melhor de contribuir com a política fiscal do país do que colocar a inflação rapidamente na meta e ancorar as expectativas para poder reduzir o nível da taxa de juro real de forma sustentável”, comentou um integrante da equipe econômica.
Segundo esse interlocutor, o governo está muito ciente dos riscos, mas o país não está condenado a ficar atolado em um equilíbrio de baixo crescimento com juro real elevado. Inflação na meta e juro menor são elementos que vão promover forte impulso cíclico ao crescimento econômico”, disse a fonte oficial.
Fonte: Valor Econômico