Analistas param a Receita até amanhã

    O governo vai encarar uma dura semana de protestos dos servidores federais. A relação, já desgastada devido a restrições à campanha salarial de 2015, piorou com a rejeição de algumas carreiras de estado na Proposta de Emenda à Constituição (PEC nº 443/2009), que vincula os salários aos subsídios dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A atitude desagradou à elite do funcionalismo. Em protesto, a Receita Federal vai hoje e amanhã. Quem precisar de certidões ou informações tributárias deve transferir a consulta para quinta-feira. Rescisões de contrato de trabalho também não serão liberadas pelo Ministério do Trabalho, porque os responsáveis entregaram os cargos de chefia. 

    O governo precisará também de habilidade para intermediar rixas. Os auditores-fiscais compraram uma briga com os advogados da União, porque querem entrar na proposta das carreiras jurídicas. A categoria está parada desde quinta-feira passada, já entregou mais de 1,1 mil cargos de chefia e, segundo o Sindicato da categoria (Sindifisco Nacional), hoje, vai “invadir a Câmara dos Deputados em defesa da aprovação do Destaque para Votação em Separado (DVS) nº 7”, que os inclui na PEC nº 443. 

    “Se a base do governo tivesse votado a favor, a emenda teria passado com folga, na semana passada”, reclamou Cláudio Damasceno, presidente do Sindifisco. A paralisação dos auditores – que pode gerar prejuízo diário de R$ 1,5 bilhão – afeta os desembaraços aduaneiros em portos, aeroportos e fronteiras. Tem impacto direto para o cidadão o movimento dos analistas-tributários. “Nenhum atendimento, a não ser em caso de emergência, será feito até quarta-feira”, afirmou Silvia Alencar, presidente do Sindireceita, que representa os analistas. 

    A presidente do Sinait, que representa os auditores do trabalho, Rosa Jorge, esclarece que o combate a sonegação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o recálculo de rescisões trabalhistas estão prejudicados. “Mais de 300 auditores entregaram as chefias, sem eles, as certidões não podem ser liberadas.” Também ameaçam parar os agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal. Eles estão insatisfeitos porque não foram incluídos na proposta que elevou salários de delegados.

     

    Metalúrgicos da GM param 

    O complexo industrial da General Motors, em São José dos Campos (SP), está com a produção totalmente paralisada. Cinco mil metalúrgicos iniciaram uma greve geral para pressionar a empresa a rever a demissão de 250 trabalhadores no sábado. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, as dispensas ocorreram entre funcionários que estavam trabalhando. Os em lay-off têm garantia de estabilidade de três meses negociada com a GM. A empresa justificou os desligamentos com a queda de aproximadamente 30% na venda de veículos nos últimos 20 meses. Hoje, os trabalhadores fazem nova assembleia para decidir os rumos do movimento.

     

    Fonte: Correio Braziliense

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