Reajuste gera polêmica

    Apesar do descontentamento dos servidores do Judiciário, o veto da presidente Dilma Rousseff ao projeto que estabelece reajustes salariais de 53% a 78%, dificilmente será derrubado no Congresso, na avaliação do diretor-geral do Supremo Tribunal Federal (STF), Amarildo Vieira. O motivo é o acordo fechado com o Executivo para que os vencimentos tenham aumento escalonado de 41,47% até 2019. “Diante da conjuntura econômica, os 41,47% são uma vitória”, analisou Vieira. “É importante destacar que cada R$ 1 mil de alta no salário provocam impacto de R$ 1,566 bilhão na folha de pagamento”, esclareceu.

    O montante pode ser ainda maior, porque o Judiciário federal não para de crescer: em 2012, eram 103.500 mil funcionários; agora, são 117.500. “Não creio que o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, que entende a necessidade de um severo ajuste fiscal, paute a matéria para amanhã (hoje)”, disse Vieira. Atualmente, assinalou, um analista judiciário ganha entre R$ 8,2 mil e R$ 13,2 mil (início e fim de carreira) e um técnico, de R$ 5 a R$ 8 mil. Em junho de 2019, o analista passará para R$ 11,7 mil a R$ 18,7 mil e o técnico, para R$ 7,1 mil a R$ 11,3 mil.

    Amarildo Vieira lembrou que, com o reajuste acordado, a partir de 2020, o acréscimo na folha de pagamento será de R$ 5,99 bilhões por ano. “Mas até lá, com os aumentos semestrais, o gasto adicional ultrapassará os R$ 14 bilhões”.

    Outra queixa dos servidores se refere à diferença de tratamento com os ministros dos tribunais – que ganharão 16,38%, à vista, em 2016, ou seja, aumento médio imediato de R$ 3.417 mensais nos contracheques. Os subalternos ficarão com R$ 3,824 até 2019, o que significa ganho médio de R$ 956,09 mensais a  cada ano. Os servidores voltarão às ruas, hoje, para pressionar o Congresso. “O acordo com o Executivo sequer repõe as perdas inflacionárias. Continuaremos a luta pela derrubada do veto”, destacou Cledo Vieira, coordenador-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário (Fenajufe).

     

    Fonte: Correio Braziliense

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