De acordo com o Sindicato Nacional dos Funcionários do BC (Sinal), os servidores estão em greve contra a redução da autonomia administrativa do órgão e contra o fato de carreiras de igual importância
Os funcionários do Banco Central fizeram uma paralisação de 24 horas nesta quarta-feira (02/08) e realizaram um protesto em frente à sede da instituição. Enquanto os diretores do BC se reuniam no segundo dia do Comitê de Política Monetária (Copom) para decidir o futuro da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 14,25% ao ano, um grupo de dezenas de manifestantes fizeram o enterro simbólico do órgão, com direito a carro funerário, caixão de verdade, candelabros e marcha fúnebre, no fim de tarde de hoje.
O protesto durou a tarde toda, com várias mesas e cadeiras em frente ao prédio principal do BC nas quais as pessoas jogavam cartas e dominó enquanto ouviam uma cantora interpretar sons da MPB, sertanejo e até o melô da mandioca (uma paródia de rap com as declarações confusas da presidente Dilma Rousseff). Uma série de comidas eram servidas aos participantes da manifestação, como salgados, pão de queijo e até algodão doce. De acordo com o Sindicato Nacional dos Funcionários do BC (Sinal), os servidores estão em greve contra a redução da autonomia administrativa do órgão e contra o fato de carreiras de igual importância, como advogados da instituição e auditores da receita, passem a ganhar bem mais que os servidores do banco.
“Estão tirando tudo do banco central: status, autonomia, valorização de servidores, reposição de quadros. O Banco Central está se tornando um corpo sem vida que os servidores velam para evitar o pior cujo preço será pago toda a sociedade brasileira”, afirmou Rita Girão Guimarães, em nota, do Sinal.