O segundo adiamento consecutivo da avaliação dos vetos presidenciais às medidas que, aprovadas, aumentariam os gastos públicos, abalou a confiança do mercado e levou o dólar a subir 0,89% ontem, fechando a R$ 3,877, após três quedas consecutivas. Durante toda a manhã, no entanto, a divisa operou em queda, tendo ficado abaixo de R$ 3,80 pela primeira vez desde 9 de setembro.
Movimento explicado, principalmente, por fatores externos. A ameaça de aumento de juros nos Estados Unidos – medida que resultaria em fuga de capitais e encarecimento do dólar em países como o Brasil – perdeu força depois da divulgação dos resultados internos da economia norte-americana, no início do mês. “Após os fracos resultados percebidos nos EUA, o dólar perdeu muita força em relação a outras moedas. Isso levou a crer que o aperto vai ser postergado e não deve acontecer este ano”, explicou o economista-sênior do banco Haitong, Flávio Serrano.
Os investidores estrangeiros, então, se voltaram aos mercados emergentes, como o Brasil, o que contribui para a melhora da situação cambial nesses países e explica a queda de 3,09% do dólar no acumulado do mês. No entanto, especialistas afirmam que o indicativo é pontual.
Influenciada pela recuperação do preço das commodities e, também, segundo analistas, pela possibilidade de impeachment da presidente Dilma, a Bovespa fechou ontem em alta de 2,47%, a 48.914 pontos, na sétima alta consecutiva. Desde o começo do mês, a bolsa de valores teve valorização de 8,56%, puxada pela Petrobras e pela Vale, cujas ações avançaram mais de 20% na última semana.
Fonte: Correio Braziliense