Dívida sobe para 66,1% do PIB

    A dívida pública bruta, principal indicador usado pelas agências de classificação de risco para medir a capacidade do país de honrar seus compromissos em dia, não para de crescer. Atingiu, em outubro, 66,1% do Produto Interno Bruto (PIB), sete pontos percentuais acima do observado no fim de 2014 (58,9%). Pelos cálculos do Banco Central, essa relação fechará novembro em 66,7% do PIB, dado que reforça a visão de especialistas de que o Brasil será rebaixado pelas agências de risco que ainda mantêm o selo de bom pagador, a Moody”s e a Fitch. Já a dívida líquida subiu para 34,3% do PIB.

    Para o economista Francisco Pessoa, da LCA Consultores, o rebaixamento do país já está certo, mas o impacto no câmbio e no mercado acionário deverá ser mínimo. “Se o Brasil perder o grau de investimento por mais de uma agência, não haverá surpresas. Já está na conta de todo mundo”, avisou. Nesta terça-feira, desembarcam no país representantes da Standard & Poor”s (S&P), que, em setembro, retirou o grau de investimento do país.

    A tensão no governo é grande, pois, como o Brasil está sob perspectiva negativa da S&P, o risco de a agência derrubar o país em mais um degrau é elevado, sobretudo diante da confusão fiscal que se vê agora. Não há meta fiscal ainda aprovada pelo Congresso e o projeto de Orçamento para 2016 prevê rombo de R$ 30,5 bilhões. Interlocutores da diretora da S&P, Lisa Schineller, dizem que, ao ser perguntada sobre o que acha do Brasil, ela não demonstra o menor otimismo em relação ao país, principalmente, por conta do desequilíbrio na área fiscal. (RH)

     

    Fonte: Correio Braziliense

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