Os economistas do mercado financeiro voltaram a reduzir suas projeções para a inflação em 2017, de 345% para 3,38%. O porcentual consta no Relatório de Mercado Focus, divulgado ontem pelo Banco Central. Para 2018, a estimativa do IPCA – o índice oficial de preços – passou de 4,40% para 4,18%.
Nos dois casos, as projeções de mercado indicam que a expectativa é de que a inflação fique abaixo do centro da meta perseguida pelo BC em 2017 e 2018, de 4,5%. A margem de tolerância para estes anos é de 1,5 ponto porcentual (inflação entre 3,0% e 6,0%).
Os recuos nas projeções para a inflação, verificados nas últimas semanas, correspondem a ajustes ante os dados mais recentes. No fim do mês passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 – considerado uma espécie de prévia da inflação oficial – subiu 0,35% em agosto. O resultado ficou no piso das estimativas do mercado (de 0,35% a 0,65%).
Entre as instituições que mais acertam as projeções, o grupo chamado Top 5, a projeção já é de uma inflação de 3,27% em 2017. Para 2019, a estimativa é de 4,19%.
Estes índices mais acomodados se devem, em boa parte, à fraqueza da atividade econômica. A projeção no Focus para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano melhorou um pouco, mas indicou que a atividade está longe de pressionar os preços. A estimativa de alta foi de 0,39% para 0,50%. No caso de 2018, a projeção segue indicando alta para o PIB de 2,00%.
Com a inflação controlada e a atividade ainda em marcha lenta, os economistas esperam pela continuidade dos cortes da Selic, atualmente em 9,25% ao ano. A expectativa é de que a taxa caia mais 1 ponto porcentual, no encontro desta semana do Copom do BC, e passe por novos cortes até o fim de 2017, quando estaria em 7,25% ao ano. / F.C.
Fonte: O Estado de S.Paulo