NOSSA LINDA FAMÍLIA CANINA – Parte 2

    No final de Janeiro de 2007 sofri um problema de hipertensão que por pouco não me derrubou de vez. Eu estava sozinho, Marlene se encontrava visitando familiares em Bom Jesus do Norte (ES) como faz vez ou outra. Foram duas noites que passei acordado. Não conseguia me deitar para dormir, me sufocava.   Felizmente ao telefonar para ela eu soube que no dia seguinte ela retornaria a Cabo Frio. Lena tratou de me levar ao médico (diga-se, na marra) e uma vez identificado o problema o Dr. Ricardo, cardiologista, não permitiu que eu ficasse morando sozinho, com Touche, numa casa de dois andares, tendo que subir e descer a escada várias vezes por dia. Cogitou de me internar em Hospital e eu esbravejei na hora.   Lena já se mudara para a casa nova no final de 2004 e assim me ofereceu um quarto para eu ir ficar morando lá enquanto me recuperava. A família dela me acolheu como sempre com muito carinho.   Quando me mudei para a casa de Lena claro que Touche foi junto e Safirinha também. Esta ainda era bem pequenina e como tal muito travessa. Lá Touche e Tuane acabaram se acertando das antigas “diferenças” que contarei no terceiro capítulo e nasceu uma bela amizade entre os dois, ou melhor, entre os três, que registrei em muitas fotos.   Safira passou a nutrir um ciúme muito forte por Lena, especialmente no que concernia à Tuane. Eu passei a dizer que Safrinha é o anjo da guarda canino de Marlene. Quando viajamos, ela gruda em nossa sobrinha neta, a Adriele.   Passamos a ter, junto a nós, esta linda família canina: Tuane, hoje com 12 anos, Touche com 9 anos e Safira com 6. Se alguém ao menos brincar de que vai bater em Lena ela avança e a defende rosnando. Sassá, na intimidade, já teve vários problemas de saúde, mas nós cuidamos muito bem dela e de todos eles.   A mãe de Safira morreu ano passado, 2011, de repente de um ataque do coração. Safirinha costuma ficar muito agitada por qualquer coisa, mesmo brincando e temos assim muito cuidado com ela. Nós amamos os três, porém percebemos que Safira precisa de uma atenção maior por apresentar problemas variados.   Quando nós temos que viajar, seja para onde for, Touche percebe de longe que vamos nos ausentar ao nos ver arrumando coisas e passa a se aproximar ainda mais de mim. Ele fica me olhando de forma bem significativa, só falta mesmo falar e eu fico com pena dele, confesso.   Podem não acreditar, mas eu converso com ele, ponho-o no meu colo e digo-lhe que não iremos demorar que logo voltaremos a casa. Touche me lambe demonstrando carinho e compreensão, e com aquele olhar lânguido se afasta aos poucos, olhando para mim enquanto caminha.   Quando vamos apenas à rua fazer compras, etc, ao voltarmos a casa eu os acostumei a nos vir receber com festa. Enquanto entro com o carro na garage os três logo aparecem e vêm ao meu encontro.   Eu faço carinho em todos, sempre falando com eles. A primeira é Tuane, pois é a nossa Lady Coker, mais antiga e adora essa atenção. É curioso que enquanto Lena ainda nem abriu o portão da garage Safira já late e muito, ansiosa, pois tem certeza de que Lena está chegando. Esta percepção é muito ativa nos yorkshire.   Quando eram bem pequenos, tanto Touche quanto Safira gostavam de morder coisas macias e acabavam destruindo o que encontrassem pela frente. É normal. Safirinha chegou a destruir uma sandália amarela de Lena quando tinha menos de um ano. Nós entendíamos e apenas achávamos engraçado.   Repito que no que concerne à saúde sempre dedicamos toda atenção aos três. Safira, entretanto, foi a que mais nos deu trabalho e preocupação, pois um dia, por descuido meu, ela engravidou justo de Touche, seu pai. Isto é desastroso e perigoso. Nunca me perdoei e tememos perdê-la.   Foram dias e noites de sofrimento, pois os três filhotes a que ela deu à luz acabaram morrendo não obstante os muitos esforços de Lena dando leite em seringa para os filhotes, pois a mãe não tinha aquele alimento. Este procedimento algumas vezes se repetiu de madrugada, acreditem.   Safira sofreu muito e nós também, ela teve que fazer três cirurgias em apenas 12 dias. Embora tivessem me alertado que aquilo poderia acontecer nunca permiti que castrassem meu bravo Touche. Numa das cirurgias autorizamos que a veterinária retirasse o útero de Safirinha.   O que já gastamos com médicos e exames, inclusive ultra-sonografia, tanto com Safira como também com Touche em certo período, além das vacinas anuais, eu sempre considerei uma coisa normal e jamais nos recusamos a dar a eles o que é necessário para terem uma vida saudável.   Não sei como há seres que se dizem humanos e, quando descobrem que seu cão está com alguma doença grave, o mandam pra a rua para lá morrer. Não é exagero, nós presenciamos um caso desses, ou melhor, dois sendo que um daqueles cães nós conseguimos salvar através do filho de Lena que cuida dele até hoje.   O outro, um pequeno Dálmata, Julinho também acolheu em sua casa, mas infelizmente a doença avançou rápido e após alguns meses de convivência o cachorrinho faleceu. Pelo menos foi bem tratado, teve família e não morreu na rua.   Na próxima semana contarei o terceiro capítulo dessa história. Tuane estará em evidência.

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