O LADO BOM DESTA INTERNET

    Tenho sido um crítico feroz de tudo de ruim, de tudo que não constrói, de todo tipo de armadilhas e mentiras que espalham por esta internet impunemente. Já escrevi várias vezes sobre esses temas.  Quantos amigos e amigas, poetas, já me escreveram antes denunciando que pessoas costumam usar seus versos e, sem pedir qualquer autorização, os colocam neste ou naquele espaço? Pior, algumas vezes surrupiam seus poemas e os lançam em sites sem inserir a autoria. Mas fazem ainda pior, com certeza. Alguns usam os poemas e descaradamente trocam o nome do autor ou autora. Meu  amigo Fabio Rocha, excelente poeta,  muito premiado, já viu poesias suas, em certos sites, atribuídas a … Fernando Pessoa, Ferreira Gullar, Mario Quintana, Cecília Meireles, Manoel de Barros, etc. Ele me disse ficar “honrado” com essas comparações mas prefere, claro, ver o seu nome abaixo de versos que seu talento criou.  Vocês não fazem idéia de quantos casos desses já foram denunciados. Os autores, de uma forma geral, desistiram de lutar pela burocracia exigida para tentarem brigar pelos seus direitos autorais. E sem ter, mesmo assim, alguma certeza de que sairiam vitoriosos, ou que seus poemas, até por vingança, não iriam surgir em outro site apresentando as mesmas autorias mentirosas. É triste mas é verdade.  Hoje porém farei diferente. E o farei com muita alegria, com a esperança de que nem tudo está perdido por aqui pois de quando em vez descubro alguém que age com correção, pauta seus atos pela seriedade, respeita a ética. Felizmente os há.Então me surge uma mensagem vinda de Timbaúba (PE), de alguém que também escreve, que tem sua coluna sócio-cultural semanal em determinado site. E esta pessoa me escreve educadamente e pede autorização para usar o meu poema O SAPO E O POETA, escrito em agosto / 2000, colocando ao lado do mesmo uma de minhas fotos. Seu nome é Daslan Melo Lima. Imaginem a minha alegria ao ler a mensagem do Daslan. Sempre fico ainda mais feliz quando alguém reconhece e valoriza o nosso trabalho e, mais faz, divulgando-o por vontade própria.  Já dei outras autorizações anteriormente sem me preocupar se o site que vai fazer a divulgação do meu texto, em prosa ou em verso, é eminentemente literário ou não. O importante é que nosso trabalho chegue ao maior número de leitores e, se for o caso, que possa contribuir com o despertar de interesse para a poesia de pessoas que muitas das vezes não escrevem por vergonha, por timidez. Pois que venham novos poetas. Desta feita me senti honrado com mais este convite e autorizei, claro. Afinal soube depois que o nosso Daslan é poeta, fala da vida e de suas emoções em versos, assim como este esforçado aprendiz de, também tenta fazer. Na minha primeira resposta, fazendo justiça ao novo amigo, eu lhe disse: — “Olhe, se todos fossem iguais a você, nesta internet, teríamos mais seriedade e ética, com certeza. –  O poema O SAPO E O POETA obteve premiações em três concursos literários de que participou, todos eles realizados no ano de 2001, o que pode ser conferido no meu site pessoal  www.franciscosimoes.com.br  entrando por “Prêmios”.  Minha participação em concursos da espécie, nesta nova fase, se deu entre 1999 e 2005, a partir de quando decidi não mais me inscrever.   Mas, amigos e amigas, o site de que participa o Daslan Melo Lima, de Timbaúba (PE), é de variedades, contém informações gerais. Entre muitas atrações há lá também uma coluna sobre esportes, outra sobre informática e a dele que é sócio-cultural. Com o meu respeito e admiração, vejam o que ele me escreveu justificando seu entusiasmo pelo meu poema:  “Quero que saiba que o seu belo poema, O SAPO E O POETA, calou fundo no meu coração. Moro numa casa situada numa tranqüila rua, uma destas típicas do interior nordestino. Minha casa tem quintal e…SAPOS ! Na frente da minha casa tem um terreno baldio e…SAPOS ! De vez em quando encontro algum filhote dentro de casa. Em certa madrugada, acordei com um sapo imenso no meu quarto. Não foi fácil encará-lo e arrumar um jeito de colocá-lo para fora de casa.”  “O seu poema diz que “… ainda há gordos sapos / Que batem longos, longos papos, / Que têm a noite, as estrelas, o tempo de amar /Na cumplicidade do silêncio e do luar./Oh! Trevas, Oh! Bruxas, alerta: /Transformem em sapo este poeta”. Um texto que provoca muitas reflexões. Os sapos são  essências aprisionadas em vestimentas físicas diferentes das nossas, formas de vidas cumprindo, também, uma missão neste conturbado planeta Terra. E quando eu mandei para você “um abraço, em nome de todos os sapos-poetas do universo”, eu construí uma alegoria poética, em nome de todos os sapos-poetas, na melhor acepção do termo. DEUS também me deu o dom da poesia. Sim, meu caro Francisco Simões, sou poeta como você, convivendo diuturnamente com esta sensibilidade à flor da pele, que nos faz interagir com “Alguns gordos e felizes sapos” que “Ainda batem longos, longos papos/Nos seus lodosos e felizes charcos.” Ofereço a você, amigo Daslan, se o posso chamar assim, este trecho de minha crônica “POESIA”, divulgada neste coojornal em Março / 2001, justo no Dia da Poesia: “A poesia realmente está em quase tudo a nossa volta. Se perto, pela presença, se distante ou ausente, pela saudade, mas até no delírio ou na fantasia temos a poesia no irreal, no abstrato, no pensamento insulado, no absconso mais remoto de nosso subconsciente. O poeta lhe dá ritmo, dita uma forma, a traduz para os seus versos, cria a poesia da poesia.”

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