PODEM ME VAIAR MAIS UMA VEZ

    Quando comecei a escrever nesta internet há mais de doze anos um dos meus textos teve o título de “PODEM ME VAIAR”. Nele procurei abordar as diferenças entre a educação e/ou o ensino, em casa e nas escolas, de hoje com o do meu tempo de criança. Tratei o assunto com seriedade, mas também com boa dose de humor para não ficar muito árido. Agora volto ao mesmo tema. Outro dia uma de minhas cunhadas, a Alzirinha, me mostrou um texto escrito por uma senhora que freqüenta a mesma Igreja que ela aqui em Cabo Frio. Li e gostei demais visto que ela traz à tona justo o que tanto nós criticamos aqui em casa, a educação frouxa que hoje é colocada nos lares em geral e a constante interferência de psicólogos e psicólogas em assuntos que dizem mais respeito é a pais e mães. Permitam-me reproduzir aqui os primeiros parágrafos daquele texto que tem o título de “Pais Maus”: “Um dia quando os meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de lhes dizer: Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia. Eu os amei o suficiente, em pé junto de vocês por duas horas, enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.” “Eu os amei o suficiente para lhes deixar ver, além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos. Eu os amei o suficiente para lhes deixar assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram duras que me partia o coração.” No trecho que reproduzirei a seguir a autora diz o que grande parte de pais e mães hoje em dia não faz, ou por comodismo, ou porque não querem contrariar seus filhinhos, ou por acharem que as recomendações sobre educação no lar constantemente dadas na TV por pessoas ditas “qualificadas” sobre o assunto devem ser seguidas.   Ledo engano, quando pais e mães abdicam de cuidar da educação de seus filhos como era antigamente e deixam “a rédea solta” porque alguém disse isto e/ou aquilo a respeito de educação, na TV, com pose de dono(a) da verdade, a tendência é haver mudanças radicais no comportamento dessas crianças especialmente quando chegarem à juventude.  Os exemplos estão aí diariamente noticiados para quem quiser ver e ouvir. Vamos agora ao trecho daquele texto a que me refiro acima:  “Mais do que tudo eu os amei o suficiente para dizer-lhes não, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em momentos até odiaram). Essas eram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente, venci. Porque no final vocês venceram também. E em qualquer dia quando os meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, quando eles lhes perguntarem se sua mãe era má, meus filhos vão dizer: Sim, nossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo.” Aqui ela dá exemplos sobre a alimentação que exigia de seus filhos, em vez de ficarem só a comer doces, e a beberem refrigerante com batatas fritas no almoço. Uma coisa a mais me chamou a atenção, pois me lembrei de como era na minha infância em nossa família. Leiam, por favor: “E ela (nossa mãe) nos obrigava a jantar na mesa, bem diferente das outras mães que deixavam seus filhos comerem vendo televisão.”  Nossa família almoçava e jantava junto, ninguém comia separado. E não me refiro apenas a quando eu era criança, ou anos 40, não, também agora com Marlene quando além de nós os filhos dela estão por aqui, comemos sempre juntos e à mesa. É um hábito que muitos não seguem e justificam alegando problemas de horários de trabalho etc e tal. Ocorre que à noite ou nos fins de semana, mesmo estando todos em casa, o horário das refeições costuma hoje ser muito desrespeitado. Mais adiante a autora aborda algo que alguns podem até criticar, mas hão de entender que por não o fazerem em seus lares, seus filhos podem ficar à deriva de orientação, de alertas necessários, isto se não se perderem no que de mais trágico tem servido de atração para tantos jovens se desviarem do rumo certo da vida. “Ela insistia em saber onde estávamos a toda hora (tocava nosso celular de madrugada e “fuçava” nos nossos e-mails) era quase uma prisão. Mamãe tinha que saber quem eram nossos amigos e o que fazíamos com eles. Insistia que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorasse apenas uma hora ou menos.” – Mais adiante a autora cresce na sua argumentação que eu aplaudo: “Ela insistia sempre conosco para que lhe disséssemos a verdade e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes ela conseguia até ler nossos pensamentos. Nossa vida era mesmo chata. Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos, tinham que subir, bater à porta, para ela os conhecer. Enquanto todos podiam voltar tarde da noite, com 12 anos, tivemos que esperar pelos 16 para chegar um pouco mais tarde, e aquela chata levantava para saber se a festa foi boa, só para ver como estávamos ao voltar.” – Vejam como a autora terminou seu texto: “Por causa da nossa mãe nós perdemos imensas experiências na adolescência. Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime. Foi tudo por causa dela. Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos “Pais Maus”, como minha mãe foi. EU ACHO QUE ESTE É UM DOS MALES DO MUNDO DE HOJE: NÃO HÁ SUFICIENTE “PAIS MAUS”.  Ao final do texto a autora colocou uma citação bíblica: “Eduque a criança no caminho em que deve andar e até o fim da vida não se desviará dele.” (Provérbios 22.6).  Agora quem discordar do texto e de mim que o apoio integralmente podem me vaiar mais uma vez. Muito do que acontece em termos de desencaminhamento de jovens hoje em dia se deve ao afrouxamento na educação, especialmente nos lares, e a leis absurdas que andam aprovando interferindo na atuação dos pais.  Os exemplos dados por esses senhores que posam de sabichões e ficam a criar leis, ou seja, os políticos, querendo proibir até uma simples palmada no bumbum não nos servem para usar no cuidar da formação do caráter de nossos filhos.  Eles mesmos nos têm mostrado que caráter, sinônimo de honestidade e concepção moral de conduta, não é coisa que faça parte da cartilha da maioria de nossos políticos que fazem, talvez por conveniência, leis frouxas as quais geralmente protegem criminosos, corruptos, etc. Eu sou contra.

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