BRASÍLIA e São Paulo > Em visita ao Senado, o ministro da Advocacia Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, disse ontem que a União tem a responsabilidade de garantir a segurança durante a Copa do Mundo e que vai atuar até para pedir indenizações aos setores ligados ao policiamento que insistirem em promover manifestações. Adams disse que a greve ilegal não pode acontecer e que a União vai intervir quando houver problemas envolvendo as polícias federal, militar e civil dos estados.
– A questão de segurança é da União. O país tem a responsabilidade de prover a segurança. Quem praticou essa ilegalidade deverá ser coibido pelo Judiciário e deverá ser responsabilizado financeiramente – defendeu ele: – É um dos compromissos que o Brasil assumiu com a Fifa: garantir a segurança do evento. A Polícia Federal e as polícias Civil e Militar são áreas em que, por serem focadas na segurança, têm sua atividade de greve proibida e, no contexto da Copa, requerem a intervenção da União para garantir a segurança do evento.
Adams reconheceu que a greve é um direito do trabalhador, mas ressaltou que há limites :
– Greve ilegal não pode acontecer. A greve é um direito, mas é um direito limitado, como todos os direitos são. Você não pode patrocinar greves contrárias à Constituição. Se você o faz, está dolosamente contra lei e tem que indenizar o Estado e a sociedade pelos ônus.
Em relação às greves de rodoviários no país, Adams disse que elas são problemas municipais. Ontem, os rodoviários de Florianópolis decidiram parar durante 24 horas, deixando 250 mil usuários sem transporte. Os de São Luís, que haviam iniciado uma paralisação anteontem, mantiveram o movimento. Os de Salvador voltaram a circular com seus veículos depois que a Justiça estabeleceu o bloqueio judicial da conta do Sindicato dos Rodoviários e o pagamento de multa diária de R$ 100 mil pelo não cumprimento de se colocar 70% da frota nas ruas.
Fonte: O Globo