Eduardo Campos, Silvia Rosa e Antonio Perez De Brasília e São Paulo
A mudança na diretoria do Banco CENTRAL será acompanhada de perto pelos investidores, mas os analistas não esperam uma guinada no rumo da política monetária no curto prazo.
A ampliação do número de diretores do BC, com a indicação de um executivo de mercado, Tony Volpon, para a diretoria de Assuntos Internacionais deve ajudar a melhorar a comunicação com o mercado, diz Zeina Latif , economista- chefe da XP Investimentos.
Apesar da saída de um diretor que era conhecido por ter um perfil mais “hawkish” (inclinado ao aperto monetário), Carlos Hamilton, sendo muitas vezes voto dissidente no BC a favor do aperto maior da taxa básica de juros,e da entrada de um executivo de mercado, os investidores vão aguardar o comportamento da nova diretoria para ter uma visão melhor sobre o perfil do novo BC.
Para o economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall, a nova composição da diretoria, com a saída de Hamilton, não representa uma guinada no rumo da política monetária.
Na decisão dividida do Copom, em outubro, o Awazu votou pela manutenção da Selic, enquanto Hamilton e TOMBINI votaram pela elevação em 0,25 ponto, para 11,25%.
Kawall espera uma elevação final da Selic em 0,25 ponto, para 12,50% nopróximoCopom,dadaaexpectativa negativa para a atividade e o efeito da ação da política fiscal.
Para Zeina, da XP, a mudança de diretoria do BC também não deve alterar o plano de voo da autoridade monetária no curto prazo, que deve seguir com o aperto monetário até se confirmar os primeiros resultados do ajuste fiscal
Fonte: Valor Econômico