Analistas projetam volta do IGP-M ao positivo

    Puxado pelo aumento do minério de ferro e dos combustíveis, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) deve ter voltado ao campo positivo em agosto, depois de quatro meses seguidos de deflação, avaliam economistas. Segundo estimativa média de 17 instituições ouvidas pelo Valor Data, o IGP-M subiu 0,08% este mês, depois de ter recuado 0,72% em julho.

    As projeções para o indicador da Fundação Getulio Vargas (FGV), a ser divulgado hoje, vão de redução de 0,06% até alta de 0,15%. No acumulado em 12 meses, por outro lado, a deflação do IGP-M deve se intensificar, passando de 1,66% para 1,73%.

    O movimento de alta na comparação mensal já havia sido antecipado pelos demais IGPs de agosto, diz Patrícia Pereira, economista da Mongeral Aegon Investimentos. Em seus cálculos, o IGP-M avançou 0,1% em agosto, influenciado principalmente pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA).

    Com peso de 60% nos índices gerais de preços, o IPA ficou perto da estabilidade na leitura atual do IGP-M, estima Patrícia, após ter registrado deflação de 1,16% na medição anterior. Segundo a economista, os produtos agropecuários se mantiveram em queda, mas os industriais voltaram a subir, devido à trajetória de ascensão do minério. A commodity metálica aumentou 10,49% na segunda prévia de agosto do IGP-M.

    “O movimento de desaceleração forte dos IGPs ficou para trás”, diz Patrícia, destacando que é natural que o índice volte ao terreno positivo na comparação mensal, depois de quatro meses de retrações expressivas. “A inflação segue baixa”, completou, e o IGP-M deve encerrar 2017 com deflação de 0,9% no cenário da gestora de recursos.

    “O avanço projetado para o minério de ferro e para os combustíveis deve pressionar o indicador”, diz a equipe econômica da Tendências Consultoria, que prevê redução de 0,06% para o IGP-M na medição atual. “O movimento na margem deve captar a aceleração esperada para os produtos industriais, principalmente.”

    Segundo a Rosenberg Associados, a alta do minério foi parcialmente compensada pela queda dos preços agrícolas no índice do atacado. Já o Índice de Preços ao Consumidor – M (IPC-M), que representa 30% do IGP-M, foi pressionado pela alta de impostos sobre combustíveis, aponta a consultoria. Para os economistas da Rosenberg, o indicador da FGV subiu 0,09%. Patrícia, da Mongeral, prevê que o IPC registrou avançou de 0,04% para 0,3% entre julho e agosto.

    Por fim, já divulgado pela FGV, o Índice Nacional de Custo da Construção Civil – M (INCC-M) acelerou na passagem mensal, de 0,22% para 0,40%, com taxas maiores tanto na parte de materiais, equipamentos e serviços quanto na de mão de obra.

    Fonte: VALOR ECONÔMICO

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