DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS DO “FINANCIAL TIMES”
O aumento das taxas de juros nos países desenvolvidos é um “aspirador de pó” que vai sugar dinheiro dos países emergentes, disse ontem na Inglaterra o presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini.
Segundo Tombini, que deu palestra na London School of Economics, os emergentes serão forçados a subir juros também.
Tombini voltou a dizer que considera o panorama atual positivo, ainda que traga volatilidade no curto prazo, pois indica que as economias desenvolvidas estão se recuperando.
Também afirmou que a desvalorização de 15% do real no ano passado não deve ser vista como sinal de fragilidade da moeda brasileira, mas, sim, como um ajuste dos preços relativos.
“A resposta brasileira foi clássica: subir os juros e usar as reservas internacionais como um colchão de segurança. Alguns países podem estar relutantes em seguir esse caminho, mas acabarão tendo que adotá-lo”, afirmou.
INFLAÇÃO
Para Tombini, a inflação de alimentos, apesar de alta, está diminuindo. Sua expectativa é que fique em 5,7% nos 12 meses que se encerram agora em janeiro.
A fala de Tombini ajuda a corroborar as avaliações de que o BC vai continuar com seu ciclo de aperto monetário, iniciado em abril e que tirou a Selic da mínima histórica de 7,25% e já a levou aos atuais 10,50%.
A expectativa do mercado é que a inflação termine o ano em 6,02%, segundo nova projeção do Boletim Focus, divulgado ontem.
Tombini disse ainda que a economia brasileira deve crescer neste ano em ritmo semelhante ao de 2013, que, segundo as projeções, deve ter ficado em torno de 2,3%.
Fonte: Folha de S. Paulo