Awazu, do BC, é nomeado vice-presidente do BIS

    Por Eduardo Campos e Assis Moreira | De Brasília e Genebra

    Luiz Awazu foi indicado para o cargo no BIS pelo presidente do Banco CENTRAL; até outubro, ele permanece como membro votante nas reuniões do Copom O diretor de política econômica e assuntos internacionais do Banco CENTRAL, Luiz Awazu Pereira, foi nomeado para a vice-presidência do Banco de Compensações Internacionais (BIS), considerado o Banco CENTRAL dos bancos centrais. 

    Ele segue como membro votante do Comitê de política monetária (Copom) do BC até outubro, quando assume a vaga deixada por Hervé Hannoun, que está se aposentando. Seu substituto no Copom será indicado apenas no terceiro trimestre.

    Awazu foi indicado para o cargo pelo presidente do BC, ALEXANDRE TOMBINI, que é membro do Conselho de Administração do BIS, órgão que aprovou seu nome para o cargo de “Deputy General Manager”. Ele concorreu com outros quadros de BCs de países desenvolvidos e emergentes. Sua indicação foi feita antes de ser nomeado diretor de política monetária do BC, no começo de fevereiro. 

    Em nota, o presidente TOMBINI disse que a indicação é motivo de satisfação para o BC. “A relevância do cargo para a comunidade de bancos centrais e o ineditismo de ser o Luiz o primeiro representante de país emergente a assumir posto dessa envergadura nos enche de orgulho e proporciona ao país oportunidade ímpar de aprofundar com qualidade sua inserção na arquitetura financeira internacional.” 

    Mesmo não sendo um cargo do Brasil, a indicação dá peso ao país no acompanhamento e formulação das políticas de regulação prudencial e do sistema financeiro global. 

    Awazu tem extenso currículo internacional, com passagens pelo Banco Mundial, onde foi assessor do economista-chefe, e diretor regional da África Austral. Também foi pesquisador do Instituto de política monetária e Fiscal (IPMF) do Ministério das Finanças, em Tóquio, e economista do “Institut National des Statistiques et Etudes Economiques” (INSEE) e Ministério dos Transportes, em Paris. Por aqui, já foi secretário de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda e chefe da assessoria econômica do Ministério do Planejamento. Desde 2010, é diretor do BC. Tem mais de uma dezena de artigos e estudos publicados. 

    O diretor-geral do BIS, Jaime Caruana, disse, também em nota, que está muito contente em ter uma pessoa do “calibre e vasta experiência internacional” como Awazu integrando a equipe do Banco. “Ele é tido em alta conta na comunidade de bancos centrais e na comunidade financeira internacional. Estou ansioso para recebê-lo no BIS”, disse Caruana. 

    Com o novo cargo no BIS, Awazu terá um salário anual de 648,3 mil francos suíços, algo como R$ 2 milhões. Além disso, ele terá uma “ajuda de expatriação” equivalente a 14% do salário anual, ou R$ 280 mil. Com base em dados referentes ao mês de janeiro, Awazu ganha cerca de R$ 185 mil por ano no BC, considerando apenas salários brutos e dados disponíveis no Portal da Transparência. O BIS também garante seguro de saúde e de acidentes e contribuição para aposentadoria, em linha com o que é oferecido em outras organizações internacionais. Somente Caruana recebe um salário maior que o de Awazu no BIS, cerca de 766 mil francos suíços por ano.

     

    Fonte: Valor Econômico

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