O Banco do Brasil (BB) vai assumir por quatro meses os custos da contratação de vigilantes armados e portas giratórias para garantir o funcionamento do Banco Postal em 1.827 agências dos Correios. A despesa mensal está estimada em R$ 8 milhões. A formalização do entendimento entre BB e Correios foi anunciada ontem pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Gilberto Kassab, em um vídeo distribuído a prefeitos e vereadores dos municípios que seriam atingidos.
Com a decisão, o BB vai arcar com uma despesa, que, por contrato, seria responsabilidade dos Correios, que anunciaram que deixariam de prestar serviços do Banco Postal em quase 2 mil agências por falta de recursos. Mais de 137 mil aposentados e pensionistas seriam prejudicados pela medida, principalmente no Nordeste.
“O Banco do Brasil, ao longo dos próximos quatro meses, irá continuar realizando financiamento das ações do Banco Postal. Com isso, até o fim de janeiro, temos a tranquilidade de encontrar outra solução para que o Banco Postal não deixe de prestar os excelentes serviços que vem fazendo ao longo dos últimos anos”, disse Kassab. Na avaliação de envolvidos na negociação, essa solução gradativa foi a melhor encontrada para garantir o atendimento à clientela do BB e minimizar riscos de imagem do banco.
Segundo o deputado Júlio Cesar (PSD-PI), presente à reunião, o BB assumiu os encargos até janeiro. “Os prefeitos estavam muito nervosos com a interrupção dos serviços”, afirmou. Cesar lembrou que em seu Estado 178 agências do Banco Postal deixariam de funcionar.
O Banco do Brasil assumiu o Banco Postal em janeiro de 2012, em substituição ao Bradesco. O contrato com o BB terminaria no ano passado. Como não houve novos interessados em disputar a licitação, o banco e os Correios assinaram acordo para dar continuidade à distribuição de produtos e serviços da instituição na rede de atendimento do Banco Postal pelo prazo de até 36 meses.
Pelo contrato, os custos para contratação de vigilantes são responsabilidade dos Correios. Entretanto, a instituição e os Correios negociavam uma saída para permitir a manutenção dos pontos de atendimento.
Fonte: VALOR ECONÔMICO