BC busca credibilidade

    A mudança de postura do Banco Central ao sinalizar que não levará a inflação de 2016 para a meta, de 4,5%, foi interpretada pelos analistas como uma tentativa de ganhar credibilidade. A economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour, explicou que, como o mercado não acreditava na convergência do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o patamar central, a autoridade monetária passou a corroborar com esse cenário para ganhar a confiança dos analistas. 

    Ela explicou que a mudança foi importante porque o discurso do BC era muito diferente das expectativas do mercado. Pelas contas dela, a inflação deve terminar o próximo ano em 6,8%, acima do teto da meta, de 6,5%. De acordo com Solange, flutuações maiores ou menores no custo de vida dependerão basicamente do preço do dólar. Ela explicou que, por mais que a economia esteja em recessão e os repasses do custo da moeda norte-americana para o valor de produtos e serviços sejam pequenos, o encarecimento de 50% da divisa é representativo e pressionará a carestia. 

    O economista-sênior do Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ Brasil Carlos Pedroso acredita que o BC ainda mantém a credibilidade uma vez que o aumento da expectativa de inflação ocorreu após a deterioração fiscal. Ele projeta, para o ano que vem, inflação de 5,7%,  porque avalia que o baixo nível de atividade econômica brecará os repasses cambiais para o valor das mercadorias. (AT)

     

    Fonte: Correio Braziliense

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